José Dirceu defende reeleição de Maduro e diz que voto impresso garantiu segurança em eleições na Venezuela

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT

José Dirceu, um dos principais quadros históricos do PT e ministro da Casa Civil durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, publicou em suas redes sociais um texto em defesa da segunda reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.

Para o petista, as contestações ao resultado do pleito são comparáveis à conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando perdeu as eleições para Lula, em 2022. “O discurso de desconfiança foi imediato, mas já vimos esse filme antes. Somos experientes em relação à alegação de fraude eleitoral perante a derrota. Com Jair Bolsonaro foi assim, e antes dele Aécio Neves. Em comum a ideia de colocar o órgão eleitoral em suspeição e a própria urna eletrônica. Até Donald Trump apelou para a fraude”, escreveu.

Dirceu ainda afirmou que a prova da legitimidade do resultado é que, na Venezuela, o voto é “impresso e depositado numa urna”: “Logo, o sistema é seguro e inviolável. Há fiscais em todas as sessões e no órgão eleitoral nacional”.

Nos exemplos citados pelo ex-ministro, as vitórias de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas brasileiras e de Joe Biden, nos Estados Unidos, foram reconhecidas por entidades internacionais e integrantes da oposição, enquanto aliados dos candidatos derrotados ficaram isolados ao questionar a lisura do processo, e uma parcela de seus apoiadores partiu para a depredação de órgãos públicos — em 2021, nos EUA, e em 2023, no Brasil.

Já na Venezuela, a vitória de Maduro foi contestada por lideranças internacionais de União Europeia, Estados Unidos, Chile e outras nações, devido às denúncias de apropriação do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) pelo governo federal e da perseguição sofrida por opositores opositores do presidente, como María Corina Machado, que teve seus direitos políticos cassados em meio à possibilidade de se candidatar. Na terça-feira, 30, Lula e Joe Biden pediram a divulgação “imediata” das atas eleitorais venezuelanas.