Cinco jornalistas do meio digital russo Baza, incluindo o editor-chefe, foram presos nesta terça-feira (22) como parte de uma investigação sobre vazamentos de informações policiais, segundo informou a imprensa russa.
Este canal de Telegram é um dos mais seguidos na Rússia, com mais de 1,6 milhão de seguidores. Fundado em 2019, é conhecido por publicar informações exclusivas, supostamente obtidas graças a seus vínculos com a polícia.
Na terça-feira de manhã, o veículo informou sobre buscas nos escritórios de Baza e também que a polícia havia visitado a residência do editor-chefe, Gleb Trifonov, de quem não se teve notícias desde então, assim como de outros jornalistas presentes nos escritórios.
Segundo o advogado da publicação, Alexei Michalchik, citado pela agência estatal Ria Novosti, a polícia confiscou documentos e computadores, e prendeu cinco pessoas ao todo, duas das quais foram libertadas posteriormente.
O Comitê de Investigação da Rússia, encarregado dos principais casos criminais, anunciou a abertura de uma investigação por “abuso de poder por parte de agentes policiais”, que teriam “transmitido ilegalmente informações restritas”, posteriormente “publicadas em um dos canais de mensagens do Telegram”.
Este órgão não identificou o canal de Telegram em questão.
“Como parte deste caso criminal, foram realizadas buscas em Moscou, nas regiões de Krasnodar e Krasnoyarsk, assim como na região de Belgorod”, detalhou o Comitê de Investigação.
Segundo uma fonte entrevistada pela agência estatal de notícias TASS, este caso envolve o meio de comunicação Baza.
A porta-voz do Ministério do Interior, Irina Volk, afirmou que vários agentes policiais foram presos.
Por anos, as autoridades russas aumentaram a pressão sobre os meios de comunicação independentes e estrangeiros que operam no país, em meio a uma crescente repressão às vozes dissidentes desde a ofensiva contra a Ucrânia lançada em fevereiro de 2022.
Muitos jornalistas abandonaram o país para continuar seu trabalho, enquanto outros foram encarcerados e veículos de comunicação foram fechados.
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