Após ter revelado nessa terça-feira (25) que o presidente Jair Bolsonaro havia usado seu celular pessoal para compartilhar um vídeo convocando a população para manifestações contra o Congresso Nacional,a jornalista Vera Magalhães, do ‘Estado’, passou a ser alvo de ataques nas redes sociais.
Uma conta falsa em nome da jornalista foi criada no WhatsApp e mensagens fraudadas foram distribuídas em outras redes sociais. Além disso, houve compartilhamento de uma cobrança de 2015 do colégio onde estudam os filhos de Vera, expondo, dessa forma, a família da jornalista, de acordo com informações do próprio ‘Estado’.
“Divulgar este tipo de informação pessoal é um constrangimento e, embora possa não ser considerado uma ameaça do ponto de vista jurídico, é obviamente uma forma de ameaçar a jornalista. A divulgação de documentos é um método clássico de ameaçar ou incentivar alguém a atentar contra uma pessoa. Do ponto de vista da Abraji, é mais um ataque dos apoiadores do presidente contra jornalista. Pela recorrência, isso está se tornando uma questão crítica”, disse o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, ao ‘Estado’.
No Twitter, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que é da base de apoio do presidente Bolsonaro no Congresso, classificou os ataques à Vera como algo ‘abominável’.
Se a @veramagalhaes publicou um print do Fraga, é pq ele próprio printou e enviou. Acredito q isso não deveria sequer ser notícia, por isso critiquei a Vera.
Mas daí a divulgar onde os filhos dela estudam, os colocando em risco, é algo abominável. Atitude clássica da esquerda.
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) February 26, 2020