Jornalista ucraniano ganha prêmio Havel de direitos humanos

O Conselho da Europa atribuiu, nesta segunda-feira (29), o prêmio Vaclav Havel de direitos humanos ao jornalista ucraniano Maxim Butkevich, que foi libertado no ano passado após ser capturado por forças russas.

O novo premiado sucede a opositora venezuelana María Corina Machado, que ganhou em 2024 este prêmio que recompensa ações excepcionais da sociedade civil em defesa dos direitos humanos.

Butkevich, cofundador da emissora de rádio independente Hromadske, se alistou como voluntário no Exército ucraniano em março de 2022, foi detido em junho e condenado por crimes de guerra em março de 2023.

Um tribunal em Luhansk, no leste da Ucrânia controlado pela Rússia, o sentenciou a 13 anos de prisão, acusado de ferir dois civis enquanto disparava um lança-granadas antitanque na cidade oriental de Severodonetsk.

O também cofundador do centro de direitos humanos Zmina em Kiev foi libertado durante uma troca de prisioneiros em outubro de 2024.

Outros dois jornalistas, a georgiana Mzia Amaghlobeli e o azeri Ulvi Hasanli, ambos ainda detidos, também estavam na disputa pelo prêmio.

“Isso não é uma coincidência”, disse Theodoros Rousopoulos, o presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que concede o prêmio.

“Os últimos meses têm sido especialmente perigosos para os jornalistas”, declarou, citando que 171 jornalistas estavam detidos na Europa no início do ano, incluindo pelo menos 26 ucranianos por Moscou.

O prêmio, criado em 2013 por esta instituição não vinculada à União Europeia e dotado com 60.000 euros (375 mil reais), homenageia o dissidente soviético e ex-presidente tcheco Václav Havel.

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