O chefe de redação de um jornal independente foi acusado e preso nesta sexta-feira (3) em Belarus por ter “difamado o Estado”, na mais recente detenção de jornalistas neste país, segundo a organização bielorrussa de direitos humanos Viasna.

“O tribunal decidiu sancionar o jornalista com quatro anos de prisão em regime geral” e uma multa equivalente a cerca de 27.000 euros (cerca de 28.700 dólares ou 144.000 reais), informou a organização.

Aliaksandr Mantsevich, de 65 anos, foi detido em março, depois que os promotores acusaram o seu jornal semanal “Gazeta Regional” de espalhar “informações deliberadamente falsas que difamam Belarus e as suas autoridades”.

Desde a controversa reeleição de Alexander Lukashenko como presidente em 2020, centenas de ativistas, jornalistas, defensores dos direitos humanos e cidadãos foram condenados a penas de prisão significativas ou expulsos para o exílio, especialmente para a Polônia.

A “Gazeta Regional” foi uma das poucas publicações da imprensa em língua bielorrussa, uma minoria no país e cujos falantes enfrentam uma hostilidade crescente, uma vez que o governo os liga à oposição.

Mantsevitch se defendeu das acusações durante as audiências judiciais.

“Nunca traí a pátria”, declarou ele, segundo Viasna. “É uma pena que, como avô, não possa ensinar novas palavras em bielorrusso ao meu neto. E minha filha não consegue explicar a ele onde está o avô. Mas ele não terá vergonha do avô” .

Belarus tem cerca de 1.500 presos políticos, incluindo ativistas dos direitos humanos, políticos e jornalistas.

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