O jornal “Bild”, o mais lido da Alemanha, acusou nesta sexta-feira (12) o partido conservador CDU, da chanceler Angela Merkel, de estar praticando “censura” em relação às informações sobre as crises de temores não explicadas sofridas pela chefe de governo em um mês.

Em sua página on-line, o jornal mostrou sua indignação com o fato de a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) estar agindo “como se Angela Merkel nunca tivesse sofrido três ataques de tremores”.

Em um momento em que a imprensa alemã e internacional se questiona sobre o estado de saúde da chanceler, o jornal do poderoso grupo de imprensa Axel Springer ressaltou que estes incidentes são “um tema tabu” dentro da CDU.

Liderado por Merkel até dezembro, o partido não considerou oportuno mencionar estes episódios em suas resenhas de imprensa enviadas todas as manhãs.

Estas “crises misteriosas de tremores” – como escreve o “Bild” – são “o tema número um nos veículos alemães”.

Na quinta-feira, Merkel mudou o protocolo e se sentou em uma cadeira durante um ato oficial, um dia depois de mais um episódio de espasmos em público.

No poder há quase 14 anos, a chanceler se mostrou tranquilizadora sobre seu estado de saúde, declarando na quarta-feira que estava “muito bem”.

Na próxima quarta, Merkel completa 65 anos.

A chanceler alemã explicou que havia reagido com ansiedade ao se lembrar do primeiro episódio de tremores, ocorrido há menos de um mês.

Segundo o “Bild”, ela se submeteu a uma bateria exaustiva de exames médicos, após o primeiro incidente de 18 de junho, em um ato com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Naquela data, a informação divulgada é que a chanceler teria tido uma desidratação relacionada com o intenso calor que fazia em Berlim.