Jorge Vercillo relembra comparação com Djavan e opina sobre a política no Brasil

Em entrevista ao videocast 'IstoÉ Gente Entrevista', o cantor fala sobre a turnê de 30 anos de carreira, relembra críticas e comparações com Djavan e não poupa opiniões ao falar sobre política

Jorge Vercillo
Jorge Vercillo Foto: Foto: IstoÉ Gente

Jorge Vercillo, 56 anos, um dos grandes nomes da música popular brasileira, conhecido por suas composições que misturam MPB, samba e música romântica e por sua voz marcante, celebra 30 anos de carreira com a turnê ‘JV30’, que inicia uma nova fase com o espetáculo ‘JV30’ Part II – “Mais um final feliz”. A atualização da turnê traz não apenas novo repertório e arranjos, mas também um olhar renovado sobre sua trajetória.

Além de hits como “Que Nem Maré”, “Homem-Aranha”, “Monalisa”, “Final Feliz”, “Ciclo” e “Ela Une Todas as Coisas”, o show revisita canções recentes como “Endereço” e “Só Quem Ama”, reafirmando o vigor criativo do artista. “Essa nova etapa tem um frescor. É como se eu estivesse recomeçando com toda a bagagem de 30 anos, mas com a leveza de quem quer experimentar outras possibilidades”, diz Vercillo.

Convidado do videocast IstoÉ Gente Entrevista’, apresentado por Letícia Sena, o cantor fala sobre a turnê de 30 anos de carreira, relembra as críticas e comparações com Djavan, o amor pela família e pela música, e não poupa posicionamento ao falar francamente sobre a política no Brasil e no mundo.

Jorge Vercillo relembra comparação com Djavan e opina sobre a política no BrasilJorge Vercillo – Foto: IstoÉ Gente

Turnê de 30 anos de carreira

Jorge Vercillo comentou sobre a continuação de sua turnê: “Essa é a turnê JV Parte 2, mais um final feliz. Tivemos a Parte 1, que cresceu muito e ganhou um peso enorme. A Martinha, minha esposa, começou a trabalhar comigo a partir da pandemia, e percebemos a necessidade de novos parceiros. Agora, estamos unidos ao Diogo Damasceno, empresário do Nando Reis, para aprimorar a parte visual do show.”

Ele destacou que o show traz melhorias nos LEDs, materiais gravados e iluminação, sem exageros, mas com um toque mais teatral. “O menos é mais. A entrada do Rafael Dragó trouxe desafios novos, pois o público pediu o lado B do Jorge. Meu público não vem só por hits como ‘Monalisa’, ‘Final Feliz’ ou ‘Homem-Aranha’. Isso me deixa feliz, mas também em um dilema”, afirmou.

O show comemorativo do aniversário de Jorge será no dia 17 de outubro, na Vibra, em São Paulo. Ele explicou que, embora alguns hits permaneçam, haverá detalhes novos nos arranjos e inclusão do lado B, tornando o espetáculo, visual e musicalmente, diferente do registrado em Salvador.

Comparação com Djavan

“No início da carreira, muitos me chamavam de cover do Djavan, mas eu sempre segui o meu caminho. Sou um híbrido: tenho influências de Caetano, Gil, Milton, Lulu, Michael Jackson e Djavan. Não seria reconhecido hoje se não fosse essa mistura. Inclusive, recentemente fui levar um violão ao Djavan, e ele me disse: ‘Você é muito talentoso e vem mostrando isso ao longo da tua carreira’. Esse reconhecimento de um ídolo como ele mostra que, apesar de críticas e comparações, cada artista constrói seu próprio caminho.”

Parcerias e novas gerações

Jorge comentou sobre parcerias musicais recentes: “Tenho transitado por todos os estilos, do pagode ao axé, do samba ao jazz. Gravei com Tiaguinho, Péricles, Ariel Donato e meu filho, Vini, que é compositor e excelente melodista. Estou aberto a novas parcerias com artistas como Beto Guedes e Marcos Valle.”

Sobre a nova geração da música, ele observa: “Hoje todos querem o hit, o lado A, a fama. Mas é importante não levar críticas ou elogios tão a sério. Música boa toca o coração, independentemente do estilo. O que importa é aprender e evoluir.”

Família

Jorge é pai de três filhos: Vini, Vitinho e Luiza. Ele fala sobre o orgulho e amor que sente: “Meu filho mais velho escreve em inglês e português, meu filho do meio vai para a área de empreendedorismo, e minha filha Luiza é minha estrela. O próximo álbum terá músicas dedicadas a ela e à Martinha (esposa).”

Política

Ele opinou a respeito dos acontecimentos recentes no país, como a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por comandar uma tentativa de golpe durante os atos contra a PEC da Blindagem.

Vercillo também compartilhou reflexões sobre política: “Insisto na democracia, mesmo sendo imperfeita. É absurdo a geração que pede intervenção militar para salvar o Brasil. Quem tem que mudar o país somos nós. Conheci empresários de direita no Ceará que investem em educação e reflorestamento. Isso é um exemplo de como políticas liberais podem ser aliadas ao social.”

O artista criticou Bolsonaro e Trump, afirmando que “eles polarizam, mas nos ensinam a lidar com a política. A direita precisa de novos líderes éticos, assim como a esquerda precisa ser saudável.” Jorge também elogiou nomes como Simone Tebet e Fernando Haddad como figuras centrais no cenário político.

Sobre o ato do dia 21 de setembro contra a PEC da Blindagem, disse: “Fui pela democracia. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Djavan mostraram que a arte pode unir e formar a bandeira do Brasil sem discurso de ódio. A MPB resgatou nossa bandeira.”

Assista a entrevista na íntegra: