“Se preto de alma branca pra você é o exemplo da dignidade, não nos ajuda, só nos faz sofrer, nem resgata nossa identidade…”, e foi assim que Jorge Aragão transformou um momento de desabafo num verdadeiro grito contra o racismo, ainda nos primeiros versos da canção “Identidade”. Lançada originalmente no início dos anos 90, a música agora trará trecho e sonoridade inéditos, com a participação de Emicida.
A parceria no single chega com novo nome, passando a se chamar “Identidade Preta”. A novidade será posta em rotação nas plataformas digitais em formato de áudio e vídeo, a partir desta sexta-feira, 06 de dezembro.
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A faixa dá continuidade ao Projeto Identidade, que faz uma viagem inesquecível por alguns sons de Aragão e reforça o compromisso do sambista em ressignificar o Samba ao lado de grandes nomes do Rap nacional, consolidando uma ponte entre gerações e estilos musicais.
E essa mistura chega, desta vez, conectando o lirismo afiado de Emicida com a musicalidade singular de Jorge Aragão, dando destaque ao protagonismo da arte negra na valorização de sua história e cultura. Em “Identidade Preta”, sambista e rapper abordam temas como ancestralidade.
O Projeto Identidade também reúne outros sucessos já conhecidos de Aragão, como “Malandro”, “Cabelo Pixaim”, “Preto Cor Preta”, “Coisa de Pele”, “Moleque Atrevido” e outros, que ganharam nova roupagem e trechos inéditos compostos por artistas, como L7nnon, Xamã e Djonga, além de outros nomes que, como eles, fazem feat com o artista.
“Prestigiados são aqueles que usam a arte como luta. E eu fico feliz em saber o que fiz pela música. Temos a cor da noite, somos filhos de todo açoite, mas podemos construir diariamente novos caminhos. Seguimos unidos, mais fortes e mais lindos”, reflete o poeta do samba, ao falar sobre o projeto, que começou a ser lançado em 2023, no mês da consciência negra, chamando atenção para o fato de que a data não se trata apenas de um dia no calendário, apesar do importante simbolismo que a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, nos traz.
“O Projeto Identidade revisita o passado, por causa das músicas que carregam história e abordam essa temática, mas, ao mesmo tempo, faz essa conversa com artistas novos, jovens e engajados em nossa luta”, conclui.