LONDRES, 25 MAI (ANSA) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, assumiu nesta quarta-feira (25) “total responsabilidade” pelas festas em Downing Street durante o período de isolamento por conta da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021, e reiterou seu pedido de desculpas.   

Segundo o britânico, sua participação nas festas, porém, “não infringiu as regras”, exceto pelo evento de aniversário. “Assumo total responsabilidade por tudo o que aconteceu na minha presença”, disse ele ao Parlamento, ressaltando que todos devem “assumir a responsabilidade”.   

A declaração de Johnson foi dada após a publicação de um relatório interno da alta funcionária Sue Gray sobre o escândalo envolvendo festas na sede do governo durante a emergência sanitária, conhecido como “partygate”.   

No documento de 37 páginas constam nove imagens sobre as festas, incluindo quatro da festa de aniversário de Johnson, realizada em junho de 2020 e que resultou em uma multa ao premiê e ao chefe do Tesouro, Rishi Sunak.   

Já as outras fotos são da festa de despedida do então diretor de Comunicação do governo, o ex-jornalista Lee Cain, em novembro de 2020. O evento, que também contou com a presença de Johnson, aconteceu poucos dias depois do anúncio de um segundo confinamento no país devido à pandemia de Covid-19.   

“Muitos desses eventos não deveriam ter acontecido”, diz o relatório, sustentando que “alguns dos funcionários menos experientes consideraram admissível sua participação diante da presença de alto líder” e condenando o excesso de álcool na sede institucional.   

As fotos revelam Johnson levantando um copo e conversando com várias pessoas ao redor de uma mesa com garrafas de vinho e comida, em um momento em que as reuniões sociais estavam proibidas.   

Em duro discurso na Câmara dos Comuns, o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, ressaltou que está na hora do premiê conservador “fazer as malas” e renunciar porque “o jogo acabou”.   

Segundo Starmer, aqueles que fingem fazer as leis e violá-las ao mesmo tempo não podem permanecer em seu lugar. (ANSA)