Alison é um dos líderes do elenco do Santos, mas está recém-recuperado do coronavírus e vinha tendo a sua vaga ocupada por Sandry no meio-campo enquanto cumpria as medidas de isolamento social. O surto da covid-19, aliás, influenciou na escalação do gol santista nas últimas semanas, com João Paulo e John se revezando na função.

Às vésperas do jogo mais importante da temporada do Santos – e também dos últimos anos -, Cuca diz conviver com essas duas dúvidas para escalar o time na decisão da Copa Libertadores, sábado, diante do Palmeiras, no Maracanã.

Jogo de cena ou não, o treinador tem feito questão de fomentar a dúvida desde a classificação à final. Mas Alison e John despontam como favoritos a enfrentarem de início o Palmeiras.

Alison não atua pelo Santos desde os 3 a 0 sobre o Boca Juniors, em 13 de janeiro, tendo testado positivo para o coronavírus na sequência. Ficou dez dias em isolamento e voltou a treinar na última segunda-feira. Por precaução, não foi relacionado por Cuca para o duelo desta terça-feira diante do Atlético-MG, no Mineirão – com os reservas, o time perdeu por 2 a 0 e sofreu a terceira derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro.

Desde que Alison foi afastado, Sandry ganhou a titularidade com Cuca, ainda mais que Jobson sofreu grave lesão. Foi titular contra Botafogo, Fortaleza e Goiás, jogos disputados após o time eliminar o Boca Juniors na Libertadores. Até terça-feira, disputou 11 partidas consecutivas.

A série não chegou aos 12 jogos porque Cuca optou por não levar o meio-campista de apenas 18 anos a Belo Horizonte. O treinador, assim, deixou claro que o considera como um 12.º titular, que poderia até atuar mais avançado diante da falta de meias de origem no elenco. “A gente tem tempo para avaliar tudo, para decidir no sábado. Não trouxe o Alison para não correr riscos”, disse Cuca.

Na meta santista, a covid-19 desempenhou um papel fundamental nas escalações de Cuca. Após Vladimir se lesionar, João Paulo se tornou titular, condição perdida quando contraiu o coronavírus, às vésperas de duelo com o Internacional, realizado em 14 de novembro. Ocupou a vaga até o primeiro jogo da semifinal da Libertadores com o Boca, quando, logo após o duelo, descobriu que havia contraído o coronavírus.

Foi a vez de João Paulo segurar o Boca e tentar convencer Cuca a mantê-lo no time. Mas para retomar o ritmo, o goleiro titular nos jogos contra Goiás e Atlético-MG foi John. O treinador garante que os seis gols sofridos nas duas derrotas não vão pesar na sua decisão.

John, um ano mais novo do que João Paulo – 24 a 25 anos – atuou menos vezes na temporada – 13 a 28 jogos. Mas é o favorito a ser escalado na partida decisiva. Cuca, porém, não vai revelar o escolhido tão cedo.

“Não defini ainda. O John tomou seis gols, mas não teve culpa em nenhum. Está absolvido. Domingo, o segundo tempo não foi bom. Hoje, perdíamos por 2 a 0 com 19 minutos. Não fez nenhuma defesa no segundo tempo, quando ainda tivemos chances”, disse.

Independentemente dos escolhidos, Cuca promete trabalhar bem o aspecto psicológico do elenco santista para o clube deixar o Maracanã como tetracampeão da Libertadores. “O jogador precisa estar bem psicologicamente e emocionalmente bem. Vamos fazer tudo o que pudermos para sairmos campeões. O tempo vai dizer se o que pusermos em prática será suficiente”, disse.