O final de semana ficará para sempre na memória de uma geração que pavimentou o caminho do futebol feminino no Brasil. A data marcou a comemoração dos 30 anos da disputa do primeiro Mundial da modalidade, celebrada em um palco histórico: na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). De lá, as pioneiras da seleção feminina tiveram seu legado reconhecido através de uma série de homenagens organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Os momentos emocionantes começaram logo na chegada das ex-jogadoras, na noite de sábado. Ao adentrarem nas dependências da Granja Comary, as pioneiras se depararam com uma enorme estrutura que contava, através de fotos e relatos montados em uma linha do tempo, a história da geração de 1988 e 1991 da seleção feminina. O painel despertou as mais bonitas reações, como contou a goleira Meg.

“Colocar tudo que está acontecendo aqui por conta desses 30 anos, é uma linha do tempo extensa. As emoções são grandes, vai aflorando. Até porque não sabíamos exatamente o que nos esperava aqui na Granja. O esforço da Duda, da Aline, com a ajuda do Romeu também, e outras pessoas dos bastidores é primordial. Elas estão inserindo as Pioneiras no corpo do futebol feminino. Estou muito feliz. Tudo que está sendo feito está sendo com amor e carinho e estamos aceitando. Porque, sim, nós fomos as pioneiras”, destacou.

Passada a surpresa, as atletas foram recebidas com um coquetel seguido de um jantar especial. No domingo, após um café da manhã reforçado, as pioneiras concentraram as energias para matarem a saudade de estar em ação novamente. Com uniformes personalizados, as craques do Brasil participaram de um ensaio fotográfico e depois foram divididas em duas equipes para protagonizarem um jogo festivo repleto de gols e irreverência.

Destaque do duelo festivo, com dois gols marcados e muita irreverência dentro de campo, Cenira compartilhou a sensação de pisar novamente no gramado da Granja Comary, onde tudo começou para ela há três décadas. “Muito bom, foi uma festa muito bonita que proporcionaram pra gente. Estou radiante em poder colocar o pé aqui nessa maravilha, onde tudo começou para nós. Meu coração está explodindo de alegria, é muita felicidade. Passou um filme, volta tudo na nossa cabeça, treinamentos, tudo que a gente fazia por aqui. É uma felicidade muito grande mesmo”, destacou a ex-jogadora.

“Eu me emocionei tanto, é tão valoroso isso tudo. É muita gratidão, a gente marcou uma época, somos pioneiras. Mas temos que agradecer todo o trabalho da CBF, da Aline, toda a recepção que tivemos. Nunca acreditei que em algum momento a gente teria esse reconhecimento. A gente sempre deu nosso máximo, temos amor pela bandeira do Brasil, em representar a Confederação Brasileira do Futebol. Hoje, através dessa homenagem, a gente diz que a ficha nem caiu ainda. Eu só tenho uma palavra que hoje resume tudo: gratidão”, resumiu Rosa, após a disputa da partida.