No intervalo da partida entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em novembro passado, em Buenos Aires, o ex-atacante Careca, craque dos Mundiais de 1982 e 1986, falou abertamente com os jogadores após um primeiro tempo sofrível. A ideia era motivar e incentivar. A sacudida ajudou na reação e empate por 1 a 1.

Essa foi uma das contribuições dos craques do passado que atuaram como auxiliares pontuais da seleção, uma das principais novidades da segunda passagem do técnico Dunga. Nos Estados Unidos, na preparação para a Copa América Centenário, a visita de ex-jogadores às concentrações para compartilhar as suas experiências está perto de completar dois anos.

Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, afirma que a experiência está sendo bem-sucedida. “Quando o Clodoaldo fala de simplicidade, o Mauro Silva, de liderança, o Edu, do drible, nós estamos formando o perfil do jogador da seleção atual”.

O formato de atuação é simples. Inicialmente, o auxiliar pontual faz uma palestra. A conversa é estimulada por três perguntas feitas pela comissão técnica. Os jogadores têm liberdade para perguntar. Alguns fazem questão de pesquisar a trajetória do jogador. O auxiliar pode acompanhar todas as atividades e conversar com os atletas. No final, prepara um relatório para a comissão técnica.

A experiência tem agradado. “Eles contam a experiência na Copa, como é vestir a camisa da seleção, isso é muito importante”, disse o meia Lucas Lima. Já executaram a função Mauro Silva, Oscar, Lúcio, Clodoaldo, Edmilson, Careca, Mauro Galvão, entre outros. Nos Estados Unidos, Juninho Paulista se despede nesta sexta-feira da equipe e será substituído por Rogério Ceni.

Jogadores ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo apontam que a principal contribuição foi perceber a prevalência do jogo coletivo sobre as individualidades. Para os auxiliares, trata-se de uma boa chance para conviver novamente com a seleção. “Foi muito bom reviver o ambiente de seleção brasileira, de ter novamente o convívio”, disse Clodoaldo, que exerceu a função nos amistosos contra México e Honduras no ano passado.

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O ex-jogador, que auxilia o departamento profissional do Santos após passagem pela gestão das categorias de base, pretende levar a iniciativa para o clube. “Quero adotar procedimento parecido para dar a oportunidade para outros ex-jogador reviverem esses momentos e compartilhar experiências”.

Para Careca, falta confiança aos atletas. “Foi uma experiência legal, diferente, mas muito positiva. Eles são bons, falta acreditar um pouco mais neles mesmos, principalmente quando estão na seleção”.


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