Durante o papo com o LANCE!, o treinador lembrou de um dos momentos mais duros da carreira, quando esteve à frente do Vasco, no rebaixamento Cruz-Maltino de 2013. Na ocasião, o clube chegou na última rodada com chances de permanecer da elite, mas acabou rebaixado em uma partida marcada pela barbárie nas arquibancadas.

– Consegui levar o Vasco até o último jogo contra o Athletico, em Joinville. Aquele jogo é para ser esquecido, teve morte e tudo mais. Só fiquei porque o Ricardo Gomes me convidou. Era um momento difícil, mas conseguimos levar até a última rodada – lembrou.

Atlético-PR 5x1 Vasco - 2013 - Briga de torcida

Briga de torcedores de Athletico e Vasco, em 2013 (Foto: Felipe Gabriel)

Adilson comentou também sobre as dificuldades de se trabalhar no clube da Colina, que vem enfrentando graves problemas financeiros e políticos nos últimos anos.

– Adorei trabalhar no Vasco, mas lá tem muitas dificuldades financeiras que estão até hoje. São dificuldades que você precisa contornar, jogadores que não queriam jogar e você precisa convencer. Na Série B tivemos um elenco mais jovem. Trabalhei dez meses e recebi apenas três, chega uma hora que você cansa. Os funcionários do Vasco eu adorei. O tratamento que eu tive foi muito legal e respeito muito os funcionários e a torcida do Vasco que é muito grande. Mas você vai vendo algumas coisas que desanimam – disse.

O ex-comandante Cruz-Maltino relembrou ainda o racha político na época, protagonizado pelo ex-mandatário Eurico Miranda, que morreu em 2019, e da cobrança da torcida para que ele escalasse jogadores de ’empresários’ que estavam no elenco.

– Era ano de eleição, Eurico fez três eleições, parou treino… O time quando vive momento de eleição é complicado. Teve aquele jogo contra o Avaí que foi 5 a 0, e pedi para ir embora. Torcedor pedindo Montoya, Bernardo, etc, que não iam jogar. E não jogaram. Não fico agradando empresário. Ou jogam comigo ou não jogam. E não jogaram – concluiu.