Jogadores da seleção confirmam participação na Copa América

SÃO PAULO, 9 JUN (ANSA) – Os jogadores da seleção brasileira divulgaram um manifesto no qual se dizem contrários à realização da Copa América, mas se comprometem a disputar o torneio.   

O tão aguardado posicionamento dos atletas foi publicado após a vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, mas não menciona a pandemia de Covid-19 explicitamente nem os quase 500 mil mortos pela doença no Brasil, que vive a ameaça de uma terceira onda de contágios.   

“Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil”, diz o manifesto divulgado pelos jogadores em suas redes sociais.   

“Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização”, acrescenta o texto. Os atletas da seleção ainda afirmam que nunca quiseram “tornar essa discussão política”.   

“Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros”, diz a mensagem.   

Por fim, os jogadores alegam que têm “uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo”. “Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira”, conclui o manifesto.   

Inicialmente, o torneio seria realizado em 2020, porém acabou adiado para 2021 devido à pandemia de Covid-19. No entanto, as sedes originais da Copa América, Argentina e Colômbia, desistiram de organizar a competição por causa, respectivamente, da crise sanitária e de uma onda de agitação social.   

Por conta disso, a Conmebol acabou anunciando o Brasil, que hoje vive uma das piores situações na pandemia em todo o mundo, como nova sede, com forte apoio do presidente Jair Bolsonaro.   

Até o momento, o Brasil acumula quase 477 mil mortes confirmadas por Covid-19 e mais de 17 milhões de casos do novo coronavírus.   

Das 10,5 mil óbitos registrados no mundo na última terça, 2,4 mil (23%) ocorreram no Brasil, que tem 2,7% da população global.   

(ANSA).