SÃO PAULO, 21 SET (ANSA) – A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg fez um protesto neste domingo (20) contra o presidente Jair Bolsonaro após conquistar a medalha de bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro, em Saquarema, no Rio de Janeiro.   

A atleta, que compete ao lado de Talita, gritou “Fora, Bolsonaro” durante entrevista ao vivo para o canal SporTV.   

Após o término da disputa pelo terceiro lugar contra Josi e Juliana, as atletas foram agradecer ao público na transmissão. “Só para não esquecer, Fora Bolsonaro”, disse Carol no fim de sua fala.   

O ato, no entanto, foi repudiado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), que emitiu uma nota criticando a manifestação.   

A CBV se manifestou “veemente” contra “a utilização dos eventos organizados pela entidade para realização de quaisquer manifestações de cunho político”, enfatizando que a fala de Carol “em nada condiz com a atitude ética que os atletas devem sempre zelar”.   

A entidade disse ainda que a etapa, que marcou o retorno do vôlei de praia brasileiro em meio à pandemia, foi “manchada por um ato totalmente impensado praticado pela referida atleta”.   

Além disso, destacou que “tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados”. A CBV, porém, utilizou o termo “denegrir”, que é considerado racista.   

Carol Solberg é filha da ex-jogadora de vôlei de quadra Isabel Salgado, que também é bastante crítica ao governo Bolsonaro.   

Após o protesto, a atleta foi alvo de uma série de ofensas nas redes sociais.   

“Com tamanha mediocridade, o máximo que uma ‘piriguete’ dessa pode chegar seria ao bronze mesmo”, escreveu um seguidor da página da CBV.   

Apesar das críticas, outros seguidores chegaram a defender a atitude de Carol, em prol da democracia. Sua mãe, inclusive, fez uma publicação a seu favor.   

“Em seu legítimo direito de se expressar politicamente, a atleta Carol Solberg, do vôlei de praia, terminou entrevista ao Sportv com um “Fora Bolsonaro!. A CBV repudiou a manifestação e ameaçou com “medidas cabíveis. E ainda usou, em sua nota, um inaceitável “denegrir”, termo racista que deve ser fortemente repudiado”, escreveu Isabel Salgado.   

A ex-jogadora, que faz parte do movimento Esporte pela Democracia, ainda treplicou “de maneira singela: a única medida cabível à CBV é seu silêncio em respeito à liberdade de expressão”. (ANSA)