Depois de três anos afastado por determinação judicial, o empresário Joesley Batista já pode voltar a trabalhar nas empresas do grupo J&F – entre elas, o frigorífico JBS, o banco Original e a Eldorado Celulose. Nesta terça-feira, 26, a 6ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) liberou por unanimidade o empresário para funções executivas nas empresas do grupo. “Seria de todo conveniente que essas empresas tivessem a sua participação”, disse o ministro relator Rogerio Schietti.

Desde 2017, Joesley havia sido proibido de trabalhar nas empresas por medida cautelar. “A possibilidade do retorno vem ao encontro do cumprimento do acordo de valor astronômico, que foi mencionado, e que portanto recomenda que as empresas sejam plenamente administradas”, afirmou o ministro.

Em março de 2017, o empresário foi alvo de um escândalo envolvendo o então presidente Michel Temer (PMDB), após gravar uma conversa privada com o sucessor de Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Jaburu. Divulgado dois meses depois, o áudio de 39 minutos mudou articulações do Governo Federal e tornou Temer o primeiro presidente investigado durante o exercício do mandato

Para Schietti, “não se justifica manter a proibição de participar direta, ou por interposta pessoa, de operações no mercado financeiro, e de ocupar cargos ou funções nas pessoas jurídicas”.

Segundo o ministro, a decisão pela liberação de Joesley Batista está embasada em três fatos principais: cumprimento de regras de compliance, a colaboração e o acordo de leniência no valor de R$ 10,3 bilhões, “que convenhamos, não é uma meta fácil de atingir e exige, portanto, um empenho máximo das empresas para produzir esse capital”, afirmou.

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