Joaquín Guzmán López, um dos filhos do célebre narcotraficante mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán, se declarou nesta segunda-feira (1°) culpado de acusações de narcotráfico diante de um tribunal americano, meses depois de seu irmão Ovidio ter firmado um acordo judicial semelhante, informaram meios locais.
O acusado compareceu a um tribunal federal de Chicago no início da tarde e mudou sua declaração anterior no caso, segundo o Chicago Tribune.
Após sua detenção no Texas em julho de 2024, Guzmán López havia negado ser culpado de narcotráfico, lavagem de dinheiro e uso de armas de fogo no âmbito do Cartel de Sinaloa.
A justiça americana o acusa de ter formado com seus três irmãos a facção do cartel conhecida como “Los Chapitos”.
Esse grupo retomou as atividades do “Chapo”, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos desde 2019.
A polícia deteve Guzmán López, de 39 anos, depois que ele aterrissou no Texas em uma avião de pequeno porte com o cofundador do cartel, Ismael “el Mayo” Zambada.
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Ao se declarar culpado, Guzmán López confirmou pela primeira vez que havia enganado Zambada para sequestrá-lo, dizendo-lhe que precisava de ajuda para resolver uma disputa, informou o Chicago Tribune.
O filho do “Chapo” admitiu em sua confissão que havia raptado Zambada, então um dos homens mais procurados do mundo, “na esperança” de obter certa indulgência por parte do governo americano, acrescentou o jornal.
Os Estados Unidos negaram ter participado do plano para levar Zambada a seu território.
No entanto, o procurador federal adjunto Andrew Erskine afirmou que, em troca da cooperação contínua de Guzmán López, os promotores recomendarão uma pena inferior à prisão perpétua obrigatória, de acordo com o periódico.
Seu irmão, Ovidio Guzmán López, detido sem direito a fiança após sua extradição do México aos Estados Unidos em 2023, se declarou culpado de acusações semelhantes em Nova York no mês de julho.
Após a prisão de Zambada, de 77 anos, e de Guzmán López, confrontos entre “Los Chapitos” e a facção do veterano chefe do crime se multiplicaram pela disputa do controle do Cartel de Sinaloa.
O conflito deixou cerca de 1.200 mortos no México e quase 1.400 desaparecidos, segundo dados oficiais.
Washington acusa o Cartel de Sinaloa de introduzir fentanil nos Estados Unidos, onde a droga provocou dezenas de milhares de mortes nos últimos anos.
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