João Pedro Zappa celebra ‘Raul Seixas: Eu Sou’ e relembra elogio de Selton Mello

Em entrevista à IstoÉ Gente, ator responsável por dar vida a Paulo Coelho na produção aproveitou para comentar sobre a instabilidade no mercado de trabalho da atuação

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Artista comemorou sucesso da série Foto: Reprodução/Instagram

“De repente eu abri o celular e tinha um áudio de quase três minutos do Selton Mello rasgando seda pra série, pro meu trabalho, pro trabalho da gente. Fiquei muito feliz, e até hoje, quando eu me sinto um pouco pra baixo, eu escuto”, comenta, emocionado, João Pedro Zappa, sobre a série original Globoplay, ‘Raul Seixas: Eu Sou’.

Na produção, o ator dá vida a Paulo Coelho, importante parceiro de composições do cantor em seus primeiros álbuns. Criada por Paulo Morelli, que divide a direção com Pedro Morelli, e produzida pela O2 Filmes, a obra conta com oito episódios e estreou na plataforma em julho deste ano.

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Durante bate-papo com a IstoÉ Gente, João Pedro comemorou o reconhecimento da produção e fez um desabafo sobre a instabilidade no mercado de trabalho da atuação.

“A Scarlet Seixas, que é a filha da Glória com o Raul, publicou uma postagem dizendo que as três irmãs assistiram e que foi muito especial para elas”, conta. “O próprio Paulo escreveu, deu entrevista, porque ele está muito animado com a série, ele gostou muito.”

“O cara que eu idolatrei a minha vida inteira… E agora a gente teve a oportunidade de fazer uma série contando a história dele, e as pessoas gostam”, continua. “Fiquei muito contente com o resultado, e os fãs também, os grandes fãs de Raul. Ninguém está passando pano para o Raul, pelo contrário, a gente humaniza ele, e eu acho que essa é a forma da gente honrar a vida dele.”

O trabalho estilo ‘freela’ do ator 

Apesar da felicidade com o resultado final e a grandiosidade da produção, Zappa também comenta sobre a dificuldade de atores de terem um trabalho constante e destaca a importância da fomentação à cultura.

“Todo ator passa por altos e baixos, e entressafras. Mas, a partir de um determinado momento comecei a emendar trabalhos e, mesmo assim, eu tinha uma grana garantida”, afirma. “Depois que entrou o Bolsonaro, ele atacou sistematicamente a cultura, desfez o Ministério da Cultura, embargou o máximo de coisas que ele conseguiu, e isso foi muito sentido.”


“Em 2022, eu estava em uma novela e aí deu a pandemia. Eu dei sorte, porque ela ficou nos pagando metade do salário até a gente voltar. No final, eu pensei: ‘Beleza, agora já fiz várias coisas bacanas, fiz uma novela, um personagem que foi muito bem, fiz muito sucesso. Agora vai, não preciso mais me preocupar'”, desabafa.

“E aí começou a entrar uma fase sombria na minha carreira, em que eu fiquei um ano sem trabalhar. Na verdade, fiz um curta de três diárias e uma série do ‘Canal Brasil’, cachês simbólicos, e o objetivo não é esse. A meta é pegar mais coisas para você poder juntar algum dinheiro, para você ter alguma segurança”, continua. “Se eu estou sem trabalho agora, imagina velho.”

“O mercado está estranho para todo mundo. Até técnicos de cinema estão com menos trabalho do que geralmente têm. O primeiro semestre desse ano e o primeiro semestre do ano passado foram muito esquisitos.”

** Estagiária sob supervisão