O Troféu Maria Lenk começou muito forte, nesta sexta-feira, no Estádio Aquático Olímpico, no Rio, valendo como evento-teste dos Jogos e como segunda e última seletiva da natação brasileira. Etiene Medeiros, que já estava qualificada para os 50m e para os 100m metros livre, também fez índice nos 100m borboleta. Nos 100m peito, quatro nadadores ratificaram o índice, com destaque para João Luiz Gomes Júnior, que em 2014 foi suspenso por doping e agora tem o melhor tempo entre os brasileiros: 59s06.

A marca é a segunda melhor da temporada, só atrás dos incríveis 58s41 de Adam Peaty na seletiva britânica, no início da semana. Por apenas 0s03, João Luiz não bateu o recorde sul-americano, que é de Henrique Barbosa desde 2009, quando os trajes tecnológicos ainda eram permitidos.

O resultado do atleta do Pinheiros é surpreendente porque João Luiz nunca havia nadado na casa de 59 segundos e, de uma só vez, quase pulou para a casa de 58s – seu recorde pessoal era 1min00s00.

Agora ele tem o melhor tempo de classificação para o Rio-2016, seguido por Felipe França, do Corinthians, que venceu a primeira seletiva, em dezembro, com 59s62, e abaixou sua marca para 59s56 nesta sexta-feira, assumindo o quarto lugar do ranking mundial – também fica atrás do britânico Russ Murdoch, que tem 59s31.

Pedro Cardona, jovem revelação do Pinheiros, quebrou a barreira dos 60 segundos pela primeira vez, com 59s77, equivalente ao 10.º lugar do ranking mundial, mas que por enquanto não é suficiente para leva-lo à Olimpíada – só os dois mais rápidos das seletivas brasileiras vão aos Jogos. Felipe Lima fez 1min00s06, ratificando o índice.

Todos voltam à piscina à tarde, a partir das 17h30, quando começam as finais do Maria Lenk. Por enquanto, as duas vagas estão com João Luiz Gomes Júnior e Felipe França, com o atleta do Pinheiros, com o melhor tempo, entrando no time do revezamento 4x100m medley, cada vez mais candidato à medalha.

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MAIS DOIS ÍNDICES – Com quatro brasileiras com chance reais de classificação nos 100m borboleta, todo mundo levou as eliminatórias a sério. Daiene Dias, do Minas, foi a melhor com 58s04, não só garantindo o índice, mas abrindo boa folga sobre Etiene Medeiros, do Sesi-SP, que chegou em segundo, com 58s49, também abaixo da marca mínima exigida pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Isso garante que o Brasil terá duas representantes nos 100m borboleta no Rio-2016, mas os nomes só serão definidos na final, à tarde. Daynara de Paula foi o principal nome do estilo borboleta nos últimos anos e vai atrás do índice (58s74) e de tirar a companheira de clube Etiene Medeiros. Nas eliminatórias, fez 59s01, acima do que está acostumada.

A mais rápida ao fim do dia também será convocada para nadar o revezamento 4x100m medley. Caso Etiene fique com esse posto, a comissão técnica pode ter uma dor de cabeça. Afinal, ela também está classificada nos 100m livre e é a mais rápida do País no nado de costas. Aí, a tendência é que a segunda mais rápida do borboleta seja convocada.

OUTRAS PROVAS – As demais provas não foram tão fortes pela manhã. Nos 400m medley masculino, com a ausência de Thiago Pereira e com Brandonn Almeida já com índice, o mais rápido brasileiro foi Leonardo Coelho, do Pinheiros, com 4min23s87. À tarde, ele precisa de 4min16s71 para ir à Olimpíada. Brandonn virou na frente até os 350m, mas não forçou.

Nos 400m livre, Lucas Kanieski, do Minas, foi o mais rápido: 3min53s61. Mas ele também deixou a impressão de que não deu o máximo. O índice é 3min50s44 e pode ser alcançado também por Miguel Valente (Minas) e Giovanny Lima (Sesi). Luiz Altamir, do Flamengo, já tem índice e nadou tão lento pela manhã que fez só o nono tempo. Vai nadar a final B, que também vale como tomada de tempo.

Já nos 400m medley feminino, Joanna Maranhão sobrou com 4min46s54. Ela já tem o índice (4min43s46) e deverá ser a única brasileira nesta prova no Rio-2016. A segunda melhor do País nas eliminatórias foi Bruna Primati, com 4min51s58, melhor marca da carreira.


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