O futuro pertence a eles: na esteira de Kylian Mbappé, astro da seleção francesa, e na ausência de Erling Haaland, que não se classificou com a Noruega, uma nova geração de jogadores com João Félix e Jadon Sancho à frente se prepara com impaciência e muita ambição para a Euro-2020 que será disputada por 24 seleções a partir desta sexta-feira, 11 de junho, até o dia 11 de julho.

– João Félix, o herdeiro –

É ele quem deve suceder Cristiano Ronaldo no dia em que o vencedor de cinco Bolas de Ouro, de 36 anos, se cansa de carregar Portugal nas costas: aos 21 anos, João Félix (que disputou 17 partidas com a seleção portuesa marcando 3 gols) encarna o futuro dos atuais campeões europeus.

Jogando na elite com o Atlético de Madrid, que pagou 126 milhões de euros para tirá-lo do Benfica em 2019, Félix precisou de um tempo para se adaptar ao intenso jogo dos ‘colchoneros’.

A conquista de LaLiga com o ‘Atleti’ foi uma alegria para este atacante de boa movimentação e instintivo (7 gols e 5 assistências na Liga espanhola), que recentemente tem iniciado seus jogos no banco.

Com Portugal, por outro lado, o treinador Fernando Santos parece contar com ele: o convocoupara a fase final da Liga das Nações em 2019, conquistada pelos portugueses, e muitas vezes o colocou no ataque com Ronaldo. Está em suas mãos se estabelecer como seu digno sucessor.

– Dembélé, o imprevisível –

Aos 24 anos, Ousmane Dembélé parece fazer parte da paisagem dos ‘Bleus’ há muito tempo, mas o campeão mundial de 2018 (24 partidas, 4 gols) ainda não mostrou seu talento completo e verdadeiro.

Jogador de técnica desconcertante, hábil com os dois pés, o atacante do Barcelona tem um perfil de perfurador de defesas apreciado pelo técnico Didier Deschamps.

Mas uma série de lesões nos últimos dois anos o manteve longe da seleção.

O atacante, contratado em 2017 pelo Barça por 135 milhões de euros, bônus incluídos, começou a trabalhar duro, recuperou seu corpo muito frágil e alcançou a posição de titular em seu clube, fazendo um bom final de temporada (11 gols), e com o título da Copa do Rei.

– Musiala, o desejado –

Jamal Musiala, um meia ofensivo que tem a dupla nacionalidade inglesa e alemã, jogou nas categorias de base da Inglaterra.

Filho de pai nigeriano e mãe alemã, o jogador do Bayern de Munique (18 anos, 2 jogos pela seleção alemã) decidiu, no entanto, pela Alemanha e o treinador Joachim Löw o incluiu na lista de 26 jogadores para a Eurocopa.

Com 26 jogos nesta temporada na Bundesliga e seis gols marcados, Musiala é um dos primeiros talentos a jogar pelo ‘Rekordmeister’, que correu para assinar um contrato com ele até 2026.

Seu primeiro jogo com a seleção, em março, contra a Islândia (3-0), foi promissor e serviu para que a Alemanha adotasse definitivamente este cobiçado jogador.

– Pedri, a sensação –

Com apenas 18 anos, Pedri já é titular no Barcelona, onde Lionel Messi lhe deu seu aval.

O jovem meia-atacante das Canárias causou sensação na Catalunha por sua visão de jogo, pelo seu passe e sua mobilidade.

Como resultado, o técnico da seleção espanhola, Luis Enrique, o convocou pela primeira vez em março e não hesitou em levá-lo à Eurocopa, apesar de acumular apenas quatro jogos com a camisa da ‘Roja’.

“Vimos um jogador que reúne as condições ideais para jogar no meio de campo, com clarividência e qualidade para atuar tanto no ataque como na defesa”, afirmou o treinador.

– Sancho, o expatriado –

Parceiro de Haaland em Dortmund, Jadon Sancho é a outra pérola do Borussia: o inglês de 21 anos tomou uma difícil decisão em sua jovem carreira ao deixar o Manchester City em 2017, onde havia sido pouco aproveitado para procurar sua oportunidade na Alemanha.

O diretor esportivo do Borussia, Michael Zorc, contou dois anos depois que contratou Sancho, oferecendo-lhe a perspectiva de jogar na equipe principal. “Não dizemos: ‘você vai jogar com certeza’, mas sim ‘haverá oportunidades'”, explicou.

Sancho aproveitou essas chances ao ponto de se tornar titular regular em Dortmund e ser convocado com frequência pela seleção inglesa (pela qual disputou 19 partidas).

Várias equipes da Premier League sonham em trazer esse talento bruto de volta ao país, a ponto de o Manchester United ter oferecido 100 milhões de euros (122 milhões de dólares) no outono passado. Certamente seu preço subirá ainda mais se ele brilhar com a Inglaterra, que jogará em casa a maioria de seus jogos na Euro.

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