Candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o empresário João Doria não quis revelar na manhã dessa segunda-feira, 12, sua opinião sobre os projetos de reforma trabalhista e da Previdência que o presidente Michel Temer (PMDB) enviará ao Congresso Nacional ainda esse ano.

“Não fujo às perguntas, mas estou aqui como candidato a prefeito. Vou responder os temas que estão vinculados à cidade. Sobre temas nacionais, pergunte ao Fernando Haddad. Ele está louco para responder sobre temas nacionais e fugir dos temas locais”, disse o tucano.

Candidato à reeleição, o prefeito Fernando Haddad (PT) se posicionou contra as reformas em uma tentativa de capitalizar a rejeição da população às mudanças.

As duas reformas são consideradas impopulares pelo próprio governo federal. A trabalhista prevê a flexibilização da CLT e da forma como a jornada será realizada.

Já a da Previdência, que será apresentada antes da eleição municipal, deve estipular a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres no Brasil, tanto para trabalhadores da iniciativa privada quanto para servidores públicos.

Questionado sobre o motivo de revelar sua opinião sobre esses dois temas, Doria negou que seja por medo de perder votos. “Não tenho medo nenhum, mas entendo que devemos discutir os temas municipais”.

Sem assinatura

Após fazer uma breve palestra na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no centro da capital, o candidato do PSDB se recusou a assinar um manifesto da entidade chamado “dez compromissos com a democracia”.

Ele alegou que concorda “com quase todos os pontos” propostos pela entidade, mas questionou dois itens. O primeiro foi a convocação de plebiscitos regulares para “valorizar a opinião da coletividade”. “Não posso aqui assumir a responsabilidade sobre convocação de plebiscito. Isso custa muito. É preciso avaliar qual e se justifica”, argumentou.

Doria também preferiu não assumir o compromisso de apoiar o fim das votações secretas na Câmara Municipal. “Não sou legislador, mas executivo. Isso precisa ser discutido com a nova Câmara”, afirmou.