ROMA, 18 OUT (ANSA) – O grupo palestino Jihad Islâmica negou nesta quarta-feira (18) a acusação de Israel de que seria responsável pelo bombardeio a um hospital na Faixa de Gaza.

O ataque ocorreu na noite da última terça (17) e deixou mais de 500 mortos, segundo as autoridades de Gaza, mas o balanço exato de vítimas ainda é incerto.

O Hamas, que comanda o território, acusou Israel, que culpou um foguete defeituoso da Jihad Islâmica pela tragédia.

“Os hospitais da Faixa de Gaza receberam avisos de evacuação antes de ser atingidos por bombardeios, mas ninguém na comunidade internacional interveio”, afirmou a Jihad Islâmica, acusando Israel de difundir “versões contraditórias” sobre o episódio.

Segundo o grupo palestino, “o ângulo do impacto e a intensidade do fogo demonstram que se tratou de um ataque aéreo”. A Jihad Islâmica ainda lembrou o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh pelas forças de Israel, que, inicialmente, tentaram culpar palestinos pelo crime.

O ataque ao hospital Al-Ahli provocou consternação no mundo todo e protestos contra embaixadas de Israel em países árabes.

“Estou horrorizado com o assassinato de centenas de civis palestinos em um ataque a um hospital de Gaza, que condeno veementemente. Os hospitais e o pessoal médico estão protegidos pelo direito humanitário internacional”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, sem apontar culpados.

Já a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o hospital se transformou “em um inferno de fogo”, com cenas “horríveis e angustiantes”, enquanto a premiê da Itália, Giorgia Meloni, declarou estar “profundamente entristecida”.

“Enquanto esperamos confirmações definitivas sobre a dinâmica dos fatos, renovamos mais uma vez nosso empenho para proteger a população civil, resolver os problemas humanitários mais urgentes e assegurar uma rápida solução da crise”, ressaltou a primeira-ministra.

Até o momento, as autoridades de Gaza contabilizam 3,2 mil mortos e cerca de 11 mil feridos nos bombardeios de Israel, que, por sua vez, soma 1,4 mil vítimas nos ataques deflagrados pelo Hamas em 7 de outubro.

Em coletiva de imprensa nesta quarta, um porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF), Daniel Hagari, afirmou que o ataque ao hospital Al-Ahli foi causado por um “foguete defeituoso” lançado às 18h59 (horário local) pela Jihad Islâmica a partir de um cemitério nos arredores.

De acordo com ele, também há um registro de uma conversa entre combatentes palestinos que confirmaria o disparo de um míssil com defeito.

Em visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pareceu encampar a tese e afirmou que a explosão foi provocada “pelo outro lado”.

Pouco antes, ainda no Air Force One, o mandatário havia dito que estava “indignado” com o ataque, que levou ao cancelamento de uma reunião com os presidentes da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, e o rei da Jordânia, Abdullah II. (ANSA).