CIDADE DO VATICANO (Reuters) – Jesus pode responder às orações, mas não fez aparições especiais em uma pequena cidade no norte da França, disse o Vaticano nesta quarta-feira. Em uma nova instrução aprovada pelo papa Leão 14, o principal escritório doutrinário do Vaticano afirmou que as histórias de aparições de Jesus na cidade de Dozule, na Normandia, não deveriam ser consideradas genuínas pelos 1,4 bilhão de católicos do mundo.
Uma mãe católica da cidade relatou ter visto Jesus 49 vezes durante a década de 1970, e disse que ele havia ditado uma série de mensagens e afirmado a ela para construir uma cruz de 7,38 metros em uma encosta da cidade. “O fenômeno das supostas aparições … deve ser considerado, definitivamente, como de origem não sobrenatural, com todas as consequências que decorrem dessa determinação”, diz o texto emitido pelo escritório doutrinário.
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Os católicos acreditam que figuras religiosas como Jesus e Maria podem fazer aparições sobrenaturais para oferecer mensagens religiosas, criar novas práticas devocionais ou fazer apelos gerais pela paz.
O Vaticano tem um processo de avaliação formal para avaliar as alegadas aparições e adverte contra o uso de supostos fenômenos para ganhos monetários.
O Vaticano também emitiu recentemente um decreto esclarecendo os títulos que os católicos podem usar para Maria. Esse texto diz que Maria não pode ser chamada de “corredentora” do mundo, já que os católicos acreditam que somente Jesus redimiu a humanidade por meio de sua crucificação e morte.
Aparições notáveis aprovadas pelo Vaticano incluem a aparição de Maria no México como Nossa Senhora de Guadalupe em 1531 e as aparições de Jesus à irmã polonesa Faustina Kowalska na década de 1930.
“A Cruz não precisa de 738 metros de aço ou concreto para ser reconhecida: ela é erguida toda vez que um coração, movido pela graça, se abre para o perdão”, disse o Vaticano na quarta-feira a respeito das supostas aparições em Dozule.
A instrução também observou que a aparição relatada de Jesus havia dito que o mundo acabaria antes do ano 2000. “Claramente, essa suposta profecia não foi cumprida”, afirmou.