A ordem dos jesuítas, à qual pertence o papa Francisco, anunciou nesta quinta-feira (15) a expulsão de um influente padre e artista esloveno acusado de agredir mulheres sexualmente e psicologicamente durante cerca de 30 anos.

“Informamos com tristeza que, em 9 de junho de 2023, o padre superior geral demitiu o padre Marko Ivan Rupnik da Companhia de Jesus (…) conforme o direito canônico, devido à sua obstinada recusa em observar o voto de obediência”, anunciou a ordem em um comunicado.

Rupnik, de 68 anos, teólogo e artista de mosaicos renomado mundialmente, é acusado de “abuso espiritual, psicológico e sexual” de mulheres adultas, incluindo freiras, entre meados da década de 1980 e 2018 – um caso que afetou a igreja católica.

“Perante a repetida recusa de Marko Rupnik” de entrar “no caminho da verdade (…) só nos resta, infelizmente, uma solução: sua expulsão da Companhia de Jesus”, explicou o chefe das casas jesuítas internacionais em Roma, Johan Verschueren, em um comunicado.

O padre tem 30 dias para recorrer da decisão.

Em fevereiro, a ordem dos jesuítas em Roma proibiu Rupnik de qualquer atividade artística pública após essas acusações, que abrangem o período em que esteve responsável por uma comunidade na Eslovênia e depois por um centro artístico na capital italiana.

Em meados de dezembro, sob pressão das revelações na imprensa italiana, a ordem anunciou a abertura de uma investigação sobre Rupnik.

O religioso, que nunca comentou essas acusações, não respondeu aos pedidos da comissão responsável pelo caso.

Uma freira acusou o padre de ter exercido “controle psicológico” sobre ela para forçá-la a ter relações sexuais com ele, e garantiu que ele foi “protegido” por sua hierarquia.

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