“Homem com H”, cinebiografia de Ney Matogrosso, veio para “dar um tapa na cara de quem precisa”, contou Jesuíta Barbosa, responsável por viver o cantor na produção. Com estreia marcada para dia 1º de maio, o longa acompanha a trajetória do artista durante suas cinco décadas de carreira.
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Em entrevista à IstoÉ Gente, o ator destacou a importância do “viver do jeito que eu quiser” – conforme confessado por Ney Matogrosso durante o filme -, e da temática sem pudor da obra na sociedade atual.
“Nessa cena, ele diz que ele quer ser ele mesmo. Ele está dizendo sobre uma época também, sobre a família dele, sobre uma presença que ele quer ter no mundo que ele vive. Isso não deixa de existir hoje em dia”, começou.
“A gente quer conseguir liberdade, a gente quer ter direitos, a gente quer que a gente seja respeitado. Esse filme acontece por causa disso, porque a gente vê na representação do passado, a possibilidade de existência no presente.”
“A importância desse filme é contar a história de um homem que teve muita coragem, que tem coragem até hoje, inclusive de ser representado num filme, e que está aí para dar a cara a tapa. Ou para dar um tapa na cara de quem precisa”, desabafou.
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O ator também opinou sobre a gravação das cenas de nudez, presentes em grande parte do filme. Segundo ele, atuar nesses momentos é um ato de generosidade.
“A coisa melhor de fazer é cena de sexo em cinema, sabia? Você tem que estar acordado, atento, você tem que se doar, e eu acho que é muito sobre doação o nosso trabalho. Não é sobre pudor ou medo, é sobre coragem, e esse filme representa esse lugar. É muito mais sobre coragem do que sobre medo”, disse.
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Direção
Respeitando o desejo do cinebiografado de contar a verdade de sua vida “sem nenhum pudor”, o diretor da produção, Esmir Filho, resolveu dar destaque aos relacionamentos do cantor com homens e mulheres ao longo dos anos — também sem rotular sua sexualidade —, em plena época de Ditadura Militar.
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“Você não fala do Ney sem falar de sensualidade, sexualidade e sexo”, explica . “Ele fala até hoje sobre sexo muito abertamente, o que é maravilhoso, porque sexo tem que ser um assunto para a gente conversar, não é um assunto para a gente esconder. É fonte de prazer, é fonte de vida, mil coisas. Não está gratuito no sentido de exposição dos corpos.”
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“Quando eu conto uma cena de sexo, é porque estou contando que é a primeira vez que ele está se descobrindo, ou que é a vez que ele se lança em um desejo desenfreado, ou é quando ele encontra um amor, ou quando ele cuida de alguém. Cada sexo que está pontuado ali tem função narrativa e faz sentido na trama.”
** Estagiária sob supervisão