O ex-deputado Roberto Jefferson, que por ordem do Supremo Tribunal Federal segue em prisão domiciliar numa cidade no interior do Rio de Janeiro, foi surpreendido por áudios e textos de um grupo secreto contra ele, chefiado pela presidente interina do PTB, Graciela Nienov.

Em carta para seu advogado, Roberto Jefferson fala sobre a decepção com Nienov: “Fiz dela minha continuação, mas ela se transformou numa ruptura. Eu precisei ouvir 4 vezes as gravações do grupo secreto que eles formaram. Li várias vezes os tweets que eles escreveram. Minha cabeça se recusava a aceitar. Me abalou profundamente. Da Cristiane eu poderia esperar essas atitudes, mas dá Graciela que eu gostava como filha, nunca.”

A Coluna entrou em contato com Nienov, mas ela desligou o telefone ao ser questionada sobre o assunto. A assessoria do PTB Nacional ainda não respondeu a reportagem

Graciela Nienov estava no comando do partido desde agosto de 2021 quando o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a prisão de Jefferson por suspeita de envolvimento com uma milícia digital que atua contra a democracia. Em outro trecho da carta o ex-deputado informa que aceitou o pedido de demissão de Graciela da presidência nacional do PTB. “Ela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência.”

Na carta, Roberto Jefferson pede ainda que seu advogado entre em contato com Alexandre de Moraes para que possa receber Graciela em sua casa em Comendador Levy Gasparian (RJ), para que possam conversar frente a frente. “Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB. Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura. Escrevo esta carta que te entrego profundamente triste e abalado.”