Um jardineiro canadense recebeu pena de prisão perpétua nesta sexta-feira (8) pelo assassinato e a mutilação sexual de oito homens da comunidade gay de Toronto, cujos cadáveres foram desmembrados e escondidos em vasos.

Bruce McArthur admitiu os assassinatos no mês passado e recebeu oito condenações simultâneas de 25 anos. Ele precisará cumprir 90 anos até ser elegível para liberdade condicional, mas o juiz do Tribunal Superior de Ontario, John McMahon, disse que provavelmente nunca seria posto em liberdade.

“Bruce McArthur se declarou culpado”, disse o delegado de homicídios, David Dickinson, em 29 de janeiro, aos jornalistas no lado de fora do tribunal. “É o desfecho adequado”.

Na sexta, o assassino de 67 anos ficou sentado em silêncio, com as mãos cruzadas no colo, enquanto uma fila de detetives da polícia, que descreveram esta como a maior investigação de Toronto, observaram diretamente atrás dele.

O juiz disse ter notado que McArthur não tinha mostrado nenhum remorso por ter se aproveitado de suas vítimas, homens vulneráveis, alguns deles lutando contra vícios em drogas.

Quando a polícia encontrou o assassino, em janeiro de 2018, encontrou um jovem amarrado a uma cama, mas ileso. Ele poderia se tornar a nona vítima, segundo o juiz.

A investigação, que escavou dezenas de propriedades onde McArthur trabalhava, comoveu todo o Canadá.

Partes dos corpos de sete das vítimas foram encontradas em grandes vasos que McArthur armazenados na casa de um cliente no centro de Toronto.

Os restos da oitava vítima foram encontrados mais tarde em um barranco atrás da propriedade.

As vítimas de McArthur foram um ex-amante, dois imigrantes afegãos, dois refugiados do Sri Lanka e outro do Irã, um cidadão turco e um trabalhador sexual sem-teto.

Eles desapareceram entre 2010 e 2017.

De acordo com o tribunal, McArthur estrangulou-os, e os assassinatos tiveram “natureza sexual”.