Um japonês admitiu neste terça-feira (5) que provocou o incêndio que matou 36 pessoas em um estúdio de animação em Kioto em 2019, mas os advogados insistiram na inocência do cliente, alegando problemas psiquiátricos.

Shinji Aoba, 45 anos, foi detido depois do incêndio nos estúdios ‘Kyoto Animation’ em julho, que também deixou 32 feridos.

O réu começou a ser julgado nesta terça-feira por cinco acusações: assassinato, tentativa de assassinato, incêndio criminal, violação de propriedade e violação da lei de controle de armas.

“Está correto, eu fiz”, declarou Aoba no tribunal de distrito de Kioto, segundo a agência de notícias Jiji Press.

“Não pensei que tantas pessoas morreriam e agora acho que fui longe demais”, afirmou o acusado, que compareceu ao tribunal em uma cadeira de rodas.

Os advogados, no entanto, insistem na inocência e alegam problemas psiquiátricos, informou a Jiji Press.

Aoba quase morreu em consequência das queimaduras do incêndio e passou várias semanas em coma no hospital.

Mais de 90% de sua pele foi queimada e ele passou por 12 cirurgias de recuperação, segundo o médico responsável pelo atendimento. Ele também precisou de uma intervenção para recuperar a fala.

Em dezembro de 2020, Aoba foi indiciado oficialmente após de ter sido declarado “mentalmente apto” para ser julgado.

Ele foi acusado de entrar ilegalmente no edifício dos estúdios, espalhar gasolina no térreo e atear fogo, aos gritos de “morram”.

A motivação não foi determinada, mas já foi citada a hipótese de Aoba ter acusado o estúdio de roubar seu trabalho, o que o Kyoto Animation nega.

O estúdio, conhecido pelos fãs como KyoAni, é popular pela produção de série de anime para TV como “A melancolia de Haruhi Suzumiya” ou “K-On!”.

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