TÓQUIO, 13 JUL (ANSA) – Um templo budista de Tóquio recebeu nesta terça-feira (12) o funeral do ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, assassinado a tiros durante um comício em Nara na última sexta (8).   

A cerimônia foi restrita a parentes e amigos próximos, mas uma multidão se reuniu diante da icônica Torre de Tóquio para depositar flores em homenagem ao premiê mais longevo na história do Japão.   

Após o funeral, um carro fúnebre com o corpo de Abe atravessou a capital, acompanhado por dezenas de milhares de pessoas e em meio a rígidas medidas de segurança.   

O cortejo passou por alguns dos lugares mais importantes da trajetória do ex-premiê, como o Parlamento, a sede do governo e o prédio de sua legenda, o Partido Liberal-Democrata (PLD).   

Shinzo Abe foi baleado pelas costas enquanto discursava no comício de um aliado que disputava as eleições legislativas do último domingo.   

Socorrido imediatamente e levado a um hospital, o ex-premiê não resistiu a uma grave hemorragia interna e teve a morte confirmada horas depois.   

O autor do atentado é o ex-militar Tetsuya Yamagami, 41, que usou uma arma caseira e disse que não foi motivado por razões políticas. Segundo ele, Abe era ligado a uma organização religiosa para a qual sua mãe fizera grandes doações de dinheiro, colocando a família em dificuldade financeira.   

Essa suposta organização religiosa seria a Igreja da Unificação, fundada pelo sul-coreano Sun Myung Moon e que tinha entre seus membros o ex-primeiro-ministro japonês Nobusuke Kishi, avô de Abe. A polícia já admitiu que houve “falhas na segurança” do ex-premiê.   

“Eu perdi meu irmão. Ao mesmo tempo, o Japão perdeu um líder insubstituível”, disse no Twitter o ministro da Defesa, Nobuo Kishi, irmão de Abe. Já o ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, contou que o governo recebeu mais de 1,7 mil mensagens de condolências de 259 países, territórios e organismos internacionais.   

No entanto, a presença do vice-presidente de Taiwan, William Lai, na despedida desta terça-feira causou protestos da China, que acusou as autoridades da ilha de “explorar a oportunidade para fazer manipulações políticas”. “Taiwan faz parte da China e não tem um vice-presidente”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Pequim. (ANSA).