TÓQUIO, 5 AGO (ANSA) – O Japão se prepara para relembrar os 80 anos das bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra Mundial, uma “enorme catástrofe” que, segundo o governo, “não pode e não deve ser esquecida pelas próximas gerações”.
Para isso, representantes de 120 países estarão presentes na cerimônia desta quarta-feira (6) em Hiroshima, alguns com armas nucleares, como Estados Unidos, Reino Unido e França, assim como de nações que não integram o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), como Índia e Israel – este último, além de estar em guerra no momento, ainda possui um programa nuclear secreto.
Por outro lado, Palestina e Taiwan, territórios não reconhecidos por Tóquio, irão assistir à celebração pela primeira vez. Já China, Paquistão e Coreia do Norte estarão ausentes.
O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, afirmou que há uma crescente conscientização internacional sobre a história da cidade, observando que, no ano passado, o museu que documenta a devastação causada pelo bombardeio americano de agosto de 1945 recebeu um recorde de 2,26 milhões de visitantes.
“Como a primeira cidade a vivenciar a devastação nuclear, pretendemos compartilhar o ‘espírito de Hiroshima’ e promover uma maior conscientização pela paz, a começar pelo conhecimento básico, entre os jovens”, explicou Matsui.
Já Nagasaki também aguarda uma participação recorde de convidados para a cerimônia do próximo sábado (9), com a presença de mais de 100 países, incluindo a Rússia, que estará no evento pela primeira vez desde o início da guerra com a Ucrânia, em 2022.
“Espero que, ao testemunhar em primeira mão a realidade do bombardeio atômico, os participantes entendam as consequências desumanas do uso de armas nucleares”, declarou o prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki.
Na madrugada de 6 de agosto de 1945, a Força Aérea dos EUA lançou a bomba atômica “Little Boy” em Hiroshima, matando mais de 140 mil pessoas e destruindo aproximadamente 70% da cidade.
Três dias depois, os americanos lançaram outra bomba, desta vez sobre Nagasaki, onde ao menos 74 mil habitantes morreram.
Até hoje, os EUA são o único país do mundo a realizar ataques nucleares em um conflito. (ANSA).