O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou que na quinta-feira (24) começará o despejo no oceano da água acumulada na usina nuclear acidentada de Fukushima, após um tratamento para remover a maioria das substâncias radioativas.

O governo solicitará à operadora da usina, a Tepco, que “se prepare para o início do despejo no oceano, com base no plano aprovado pela Autoridade de Regulação Nuclear, e que a descarga está programada para 24 de agosto, desde que as condições meteorológicas e marítimas não o impeçam”, informou Kishida nesta terça-feira (22, noite de segunda em Brasília).

O Japão, com o apoio da agência reguladora da ONU, defende a segurança do despejo gradual da enorme quantidade de água acumulada na usina, mas pescadores locais e países vizinhos como a China se opõem ao plano.

No que foi um dos piores desastres radioativos, a usina nuclear Fukushima-Daiichi foi destruída por um terremoto massivo seguido por um tsunami que matou cerca de 18.000 pessoas em março de 2011.

Desde então, a operadora Tepco acumulou mais de 1,3 milhão de toneladas (equivalente à capacidade de 500 piscinas olímpicas) de água usada para resfriar os reatores ainda radioativos, misturada com água subterrânea e da chuva que se infiltrou.

A Tepco afirma que a água foi diluída e filtrada para remover todas as substâncias radioativas, exceto o trítio, que está em níveis muito abaixo do limite de perigo.

O plano prevê despejar essa água no oceano Pacífico, a uma taxa máxima de 500 mil litros por dia, ao largo da costa nordeste do Japão.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que o despejo terá um impacto “insignificante na população e no meio ambiente”.

No entanto, a China anunciou que imporá um veto às importações de alimentos de dez prefeituras do Japão e exigirá que produtos vindos do resto do país passem por testes de radiação.

Também se opõem a esse plano os pescadores japoneses, que temem um impacto na reputação de seus produtos tanto no país quanto no exterior.

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