O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou nesta segunda-feira que o governo “contempla” decretar um novo estado de emergência na região da grande Tóquio após o aumento de contágios de coronavírus, que tornou a situação “muito grave”.

O chefe de Governo japonês espera que a campanha de vacinação comece no fim de fevereiro e afirmou que será um dos primeiros a receber a vacina.

Suga, que fez um apelo para que a população evite as saídas não indispensáveis, declarou que o governo se prepara para modificar a lei para conseguir punir os estabelecimentos que não respeitam as ordens de redução do horário de funcionamento ou de fechamento temporário. Ao mesmo tempo, prometeu incentivos.

Ele também reiterou o compromisso de Tóquio para organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que foram adiados até o verão (hemisfério norte) de 2021 devido à pandemia. A organização do evento, disse, será “uma prova de que a humanidade venceu o vírus”.

Yoshihide Suga, que sucedeu Shinzo Abe em setembro, é alvo de muitas críticas pela gestão do governo da crise sanitária.

O Japão, que em comparação com outros países teve relativamente poucos casos – 240.000 infectados e menos de 3.600 mortes, segundo os dados oficiais -, registra desde novembro um forte aumento de contágios. Na quinta-feira superou pela primeira vez a marca de 4.000 novos infectados em 24 horas.

No sábado, os governadores de Tóquio e de três departamentos próximos pediram ao governo que declare um novo estado de emergência, como o decretado em abril e maio de 2020, que foi ampliado progressivamente ao restante do país.

Mas o governo hesitava por temer uma nova queda da economia, após três trimestres de recessão.

Suga, porém, admitiu nesta segunda-feira que “uma mensagem mais contundente é necessária”.

“O governo contempla decretar estado de emergência com medidas que permitirão reduzir os contágios em bares e restaurantes”, disse.

O estado de emergência permite aos governos locais recomendar o fechamento de empresas e que os habitantes permaneçam em suas casas, mas não tem caráter obrigatório nem prevê sanções em caso de não cumprimento.

A respeito das vacinas, Suga declarou que o governo aguarda os dados precisos das empresas farmacêuticas americanas até o fim do mês e que a a vacinação pode começar no fim de fevereiro.

Os primeiros vacinados serão os profissionais da saúde, os idosos e os funcionários de casas de repouso. Suga disse que será um dos primeiros a tomar a vacina.