Se em 2020 o sul coreano Bong Joon-ho fez história ao ganhar o Oscar de Melhor Filme com “Parasita”, se tornando o primeiro longa de língua não inglesa a levar a estatueta para casa, a premiação este ano terá festa no Japão. Isso porque a produção “Drive My Car” foi indicada nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção e Melhor Filme. Esta é a primeira vez que um filme japonês consegue uma indicação na principal categoria da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas nunca ganhou o prêmio de Melhor Filme.

O cinema japonês já concorreu 16 vezes na categoria de Filme Internacional na maior premiação do cinema mundial e ganhou quatro vezes. Os filmes que levaram o prêmio para a Terra do Sol Nascente foram: Rashomon (1950), Portal do Inferno (1953), O Samurai Dominante I: Musashi Miyamoto (1954) e A Partida (2008).

“Drive My Car”, que já foi laureado com o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, é uma adaptação de um conto de Haruki Murakami, e fala sobre um ator e diretor de teatro que sofre com a perda de sua esposa. Durante uma peça de teatro, ele conhece uma jovem tímida que trabalha como sua motorista. O que eles não imaginavam é que as coincidências da noite acabariam em um possível romance.

Em uma categoria onde os principais concorrentes são: “Duna”, que recebeu dez indicações, e “Ataque dos Cães”, com 12 nomeações e favorito ao prêmio principal da noite, é improvável que o filme japonês consiga se sobressair e brilhar, mas apenas pela primeira indicação, os japoneses já podem, e devem, comemorar. O próprio Parasita, que concorria contra “Coringa”, “1917” (tido como favorito) e “Era uma Vez Em…Hollywood”, além dos tradicionais diretores indicados pela Academia como: Martin Scorsese e Quentin Tarantino, está aí para dizer que milagres podem acontecer.