27/09/2022 - 16:43
Jalapão é como desembarcar no Brasil de 300 anos atrás. Seus 277 mil quilômetros de terras desertas na divisa com Maranhão, Piauí e Bahia, até 1988 (quando nasceu o último estado brasileiro, Tocantins) eram chamadas de norte de Goiás, esquecidas e inexploradas. Ali, a densidade demográfica é ainda mais rala: não chega a um habitante por quilômetro quadrado. Os rios, chapadões, dunas, nascentes, grutas e cachoeiras se mantêm intactos. O solo é arenoso, o clima é semiárido, e as águas são cristalinas. O chamado Polo do Jalapão compreende os municípios de Novo Acordo, São Félix do Tocantins, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins. Tem o tamanho total maior do que o dos estados de Sergipe e Alagoas somados: 34 mil quilômetros quadrados. Por isso, toda viagem para lá precisa ser encarada como uma road trip. Boa parte dos caminhos não têm acesso tão fácil e a maioria não é asfaltada. Esqueça o posto Ipiranga, esqueça o cafezinho e a parada para almoço em ranchos de beira de estrada. Você se sente participando de um rali em lugares que só dão acesso a veículos 4×4. E ah, esqueça o sinal do celular, o sertão te desconecta com o mundo online e te leva pra uma viagem de história e natureza pelo Brasil profundo.
Quando ir
A temperatura média anual é de 30 graus. O que precisa ser observado é a época de seca e chuvas. A temporada seca vai de maio a setembro, sendo que os meses de maio a julho são os melhores para viajar.
Como ir
A partir de Palmas, são cerca de 195 quilômetros de asfalto até Ponte Alta do Tocantins, a porta de entrada. Dali, há três maneiras de seguir viagem, sempre por estrada de chão: ir por sua conta e risco numa road trip independente; participar de um safari camp; ou contratar uma operadora com guia e carro. A primeira opção exige uma grande logística e bastante tempo. É preciso que se tenha todo o percurso em GPS salvo em modo off-line, além de combustível extra para possíveis imprevistos.
Os safari camps da operadora Korubo são acampamentos de base é fixa e dali você parte diariamente de sua tenda para os atrativos.
Minha escolha foi utilizar um guia com carro da agência Jalapão 360º em um roteiro de 4 dias, e ir parando nas cidades para as pernoites. A companhia de uma pessoa que já conhece a região é fundamental quando se resolve viajar sozinha. Pude decidir minhas rotas e paradas previamente. Tudo foi discutido em detalhes com eles. A começar pela duração do roteiro, que varia de dois dias a uma semana.
O que fazer
Cânion do Sussuapara
Pedra Furada
Um gigantesco conjunto de blocos areníticos esculpidos pelos ventos há milhões de anos que reina solitário na paisagem. Três buracos feitos na rocha que montam um cenário para o pôr do sol inesquecível.
Serra do Espírito Santo e dunas
Serra do Espírito Santo é um longo e reto platô de arenito com formação em pirâmide em uma das pontas, a marca registrada da região. A Serra fica ao lado das dunas e é considerada a responsável pela formação do parque de areia. A rocha sofre de maneira perfeita a ação do vento que faz com que todo o material da erosão seja depositado no mesmo lugar, formando assim as dunas.
Comunidade Mumbuca
Os Mumbucas são grandes artesãos e produzem dezenas de peças feitas com o capim-dourado, tornando-se a principal fonte econômica da comunidade. As peças são vendidas ali mesmo, em diversas formas: Bolsas, chapéus, utensílios de cozinha e decoração.
Fervedouros
Flutuar em uma piscina de água natural sobre uma potente nascente. Impossível afundar. A água gera uma pressão que sai do lençol freático para a nascente e consegue manter as pessoas flutuando, o tempo todo. E existem fervedouros de vários tamanhos, formatos, cores de água e intensidade de flutuação. Estima-se que haja dezenas e dezenas em toda a região, mas abertos a visitação somente oito, todos nas proximidades de Mateiros e São Félix.
Dicas:
Operação e guias locais: Jalapão 360. (63) 999445373 – Palmas – TO.