Jalapão é como desembarcar no Brasil de 300 anos atrás. Seus 277 mil quilômetros de terras desertas na divisa com Maranhão, Piauí e Bahia, até 1988 (quando nasceu o último estado brasileiro, Tocantins) eram chamadas de norte de Goiás, esquecidas e inexploradas. Ali, a densidade demográfica é ainda mais rala: não chega a um habitante por quilômetro quadrado. Os rios, chapadões, dunas, nascentes, grutas e cachoeiras se mantêm intactos. O solo é arenoso, o clima é semiárido, e as águas são cristalinas. O chamado Polo do Jalapão compreende os municípios de Novo Acordo, São Félix do Tocantins, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins. Tem o tamanho total maior do que o dos estados de Sergipe e Alagoas somados: 34 mil quilômetros quadrados. Por isso, toda viagem para lá precisa ser encarada como uma road trip. Boa parte dos caminhos não têm acesso tão fácil e a maioria não é asfaltada. Esqueça o posto Ipiranga, esqueça o cafezinho e a parada para almoço em ranchos de beira de estrada. Você se sente participando de um rali em lugares que só dão acesso a veículos 4×4. E ah, esqueça o sinal do celular, o sertão te desconecta com o mundo online e te leva pra uma viagem de história e natureza pelo Brasil profundo.

Quando ir

A temperatura média anual é de 30 graus. O que precisa ser observado é a época de seca e chuvas. A temporada seca vai de maio a setembro, sendo que os meses de maio a julho são os melhores para  viajar.

Como ir 

A partir de Palmas, são cerca de 195 quilômetros de asfalto até Ponte Alta do Tocantins, a porta de entrada. Dali, há três maneiras de seguir viagem, sempre por estrada de chão: ir por sua conta e risco numa road trip independente; participar de um safari camp; ou contratar uma operadora com guia e carro. A primeira opção exige uma grande logística e bastante tempo. É preciso que se tenha todo o percurso em GPS salvo em modo off-line, além de combustível extra para possíveis imprevistos.

Os safari camps da operadora Korubo são acampamentos de base é fixa e dali você parte diariamente de sua tenda para os atrativos.

Minha escolha foi utilizar um guia com carro da agência Jalapão 360º em um roteiro de 4 dias, e ir parando nas cidades para as pernoites. A companhia de uma pessoa que já conhece a região é fundamental quando se resolve viajar sozinha. Pude decidir minhas rotas e paradas previamente. Tudo foi discutido em detalhes com eles. A começar pela duração do roteiro, que varia de dois dias a uma semana.

O que fazer

Cânion do Sussuapara

Jalapão: Quando ir, como chegar e o que fazer
Fotos Flávia Vitorino
Leva este nome por conta de uma espécie de veados que são bem típicos ali da região. Imaginem uma fenda bem estreita aberta em meio a uma vereda com cerca de 200 metros de comprimento e de 12 metros de profundidade com a água descendo pelos paredões úmidos que são cobertos de samambaias e vegetação típica.

Pedra Furada

Jalapão: Quando ir, como chegar e o que fazerUm gigantesco conjunto de blocos areníticos esculpidos pelos ventos há milhões de anos que reina solitário na paisagem. Três buracos feitos na rocha que montam um cenário para o pôr do sol inesquecível.

Serra do Espírito Santo e dunas

Jalapão: Quando ir, como chegar e o que fazer

Serra do Espírito Santo é um longo e reto platô de arenito com formação em pirâmide em uma das pontas, a marca registrada da região. A Serra fica ao lado das dunas e é considerada a responsável pela formação do parque de areia. A rocha sofre de maneira perfeita a ação do vento que faz com que todo o material da erosão seja depositado no mesmo lugar, formando assim as dunas.

Comunidade Mumbuca

Jalapão: Quando ir, como chegar e o que fazer

Os Mumbucas são grandes artesãos e produzem dezenas de peças feitas com o capim-dourado, tornando-se a principal fonte econômica da comunidade. As peças são vendidas ali mesmo, em diversas formas: Bolsas, chapéus, utensílios de cozinha e decoração.

Fervedouros

Jalapão: Quando ir, como chegar e o que fazer

Flutuar em uma piscina de água natural sobre uma potente nascente. Impossível afundar. A água gera uma pressão que sai do lençol freático para a nascente e consegue manter as pessoas flutuando, o tempo todo. E existem fervedouros de vários tamanhos, formatos, cores de água e intensidade de flutuação. Estima-se que haja dezenas e dezenas em toda a região, mas abertos a visitação somente oito, todos nas proximidades de Mateiros e São Félix.

 

Dicas:

Operação e guias locais: Jalapão 360. (63) 999445373 – Palmas – TO.