Quem me acompanha com alguma frequência ou me conhece pessoalmente, sabe que estou morando em Nova York, com a família, desde o primeiro semestre desse ano. Se volto, quando volto e como volto, só Deus sabe. Já minhas mulheres, hehe, estão cansadas de hambúrguer (e de mim!!) e com saudade de picanha. Se bem que, com o preço da carne por aí, a saudade irá continuar se voltarem.

Veja também

+ Que o homofóbico vá pedir emprego a Bolsonaro e viver na Bolsolândia, longe da civilização
+ Sem saber que está ao vivo, Bolsonaro fala sobre propina e ‘preço’ de vaga no STF
+ Marisa Orth é detonada por postar vídeo em que Marília Mendonça critica Bolsonaro

Por causa da pandemia e das aulas remotas, e de uma série de fatores profissionais que me permitem a ausência prolongada do Brasil, decidimos viver a experiência de morar fora, sobretudo em uma cidade – e país – sem violência urbana, com vacinas, infraestrutura adequada e, principalmente, sem ameaças golpistas diárias e práticas que favorecem a disseminação desse maldito coronavírus (Como odeio esse bicho!).

RUÍDO E ODOR ESTRANHOS

Mas eis que meu sossego civilizatório foi abruptamente interrompido neste domingo (19). Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e seu bando de convivas sem utilidade, desembarcaram por aqui. Pior. Estão hospedados no hotel Intercontinental – acabou a mamata, porra! – a dois quarteirões de mim. Ao sairmos para almoçar e comemorar o aniversário da patroa, sentimos calafrios estranhos e cheiros esquisitos.

Se Caetano Veloso cantava ‘sem lenço e sem documento’, essa gente prefere ‘sem máscara e sem vacina’. Em terra de cego, quem tem olho é rei, certo? Pois em Nova Iorque, quem não tem prova de vacinação contra Covid-19, simplesmente não entra. Daí porque o sócio do coronavírus e seus puxa-sacos foram barrados numa pizzaria. Tiveram de se lambuzar em pé, do lado de fora, já que o ‘mito’ não está vacinado (ao menos oficialmente).

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

AQUI NÃO, VIOLÃO

No Brasil, o bilontra promove aglomerações homicidas impunemente. E patrocina, com nossa grana, é claro, motociatas irresponsáveis. Mas em NY, ou se comporta como gente ou será tratado como bicho. Ao menos nos locais onde a civilização dita as regras e a selvageria não tem vez. Aliás, ele só poderá entrar nas Nações Unidas por causa de um conflito entre a lei local e as leis internacionais.

O ‘doorman’ do prédio onde moro – a poucas quadras da ONU – perguntou se eu não iria receber o presidente. Respondi: se Biden suspendesse a vacinação do seu filho; tentasse dar um golpe de Estado; dissesse que a vacina mata; empregasse parentes para ficar com os salários e o filho comprasse uma mansão milionária, o senhor iria? A resposta: ‘no fucking way’! Caímos na gargalhada e fui passar vergonha sozinho.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias