A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta segunda-feira, 29, uma operação para apurar a suposta realização de espionagem ilegal na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o antigo governo. Um dos alvos de mandado de busca e apreensão foi uma casa em Angra dos Reis (RJ), onde estavam Jair Bolsonaro (PL) e seus três filhos, que deixaram o local de barco.

PF encontra computador da Abin com Carlos Bolsonaro durante operação

Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF sobre espionagem ilegal na Abin

O ex-mandatário e os filhos Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estavam na residência porque realizaram, no domingo, 28, uma live (transmissão ao vivo) na qual o ex-presidente negou que tenha criado uma “Abin paralela” para espionar autoridades e pessoas envolvidas em investigações, e também desafetos políticos.

“Eu não tenho inteligência da Abin, da PF, da Marinha, do Exército. Uma vez fui ao centro de inteligência do Exército e o pessoal fez uma demonstração. (Falei:) ‘e aí, não chega nada para mim, só fica com vocês aqui’”, disse Bolsonaro.

O ex-presidente ressaltou que a “inteligência” durante o seu governo era o contato que mantinha com algumas pessoas.

Carlos Bolsonaro alvo da PF

Segundo a apresentadora Daniela Lima, do programa “Conexão GloboNews”, a PF teria encontrado um computador da Abin com o vereador Carlos Bolsonaro. A corporação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Alguns assessores do vereador também são alvos da operação.

Um segundo computador da Abin teria sido encontrado e apreendido na residência de um dos assessores do vereador, que é casado com uma funcionária da agência.

À ISTOÉ, o órgão informou que abriu uma investigação para apurar o caso.

Ao todo, a corporação cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Angra dos Reis (RJ – 1), Rio de Janeiro (5), Brasília (DF – 1), Formosa (GO – 1) e Salvador (BA – 1).

“Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas”, informou a PF.

Há suspeita de que o parlamentar obtinha “materiais” ilegais do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que foi alvo da corporação no dia 25 de janeiro.

O filho do ex-presidente é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Ele é apontado como o principal responsável pela administração das redes sociais de Jair Bolsonaro.

Até o momento, o vereador não se pronunciou sobre a operação.