Jade Mascarenhas celebra estreia no cinema após 10 anos de carreira

Em bate-papo para IstoÉ Gente, atriz relembrou sua trajetória e revelou sua predileção pelo gênero de terror

Divulgação/Gabriel Mendes.
Jade Mascarenhas. Foto: Divulgação/Gabriel Mendes.

Prestes a completar 10 anos de carreira, a atriz Jade Mascarenhas está estreando no cinema. Ela integra o elenco de “A Própria Carne”, de Ian SBF, que está em cartaz nos cinemas desde o dia 30 de outubro, e aguarda o lançamento  de “Homem de Ouro”, dirigido por Mauro Lima Pavlov, que foi exibido recentemente no Festival do Rio. Em paralelo, ela segue em cartaz com o sucesso “TOC TOC”, que acabou de retornar aos palcos cariocas.

Com 26 anos, Jade Mascarenhas ganhou destaque em 2023 ao fazer a personagem Natália na fase jovem do remake de “Elas por Elas”, exibida em 2023 na TV Globo (na fase adulta, foi vivida por Mariana Santos). Em seu currículo também constam participações no canal Porta dos Fundos, na novela “Êta Mundo Melhor”, na mesma emissora, atualmente no ar no horário das 18h, e nas séries “As five”, do Globoplay”, “Amor da Minha Vida”, da Disney+, e “Beijo Adolescente”, da HBO.

Nascida em São Paulo e criada em Maringá, no Paraná, Jade também trabalhou no elogiado curta independente “Panteras do Lula”, em 2022, e integrou a peça “Caso Cabaret Prive”, que levou APCA de melhor montagem em 2020.

Em bate-papo para IstoÉ Gente, a atriz abriu o jogo sobre estrear no cinema e relembrou sua trajetória na carreira.

Você acabou de lançar dois filmes do Festival do Rio, em outubro. Um deles é o filme de terror “A Própria Carne”, que já está nos cinemas desde o dia 30. Como foi fazer esse trabalho tão raro de se ver no Brasil? Onde você foi buscar referências? E como é ser a única mulher do elenco? 

Foi muito intenso gravar “A Própria Carne”. Ian foi o primeiro diretor que trabalhei na vida, numa campanha publicitária em meados de 2016. Voltar quase 10 anos depois para trabalhar com ele de novo foi satisfatório demais. Tenho uma relação de muita admiração e confiança com ele, o que tornou as coisas menos difíceis, mas não menos desafiadoras porque é um filme de 5 personagens muito complexos, mas a garota é a personagem mais contraditória. O background do filme é uma guerra e ser a única mulher dessa história foi uma missão muito especial, porque essa personagem traz o corpo feminino em luta. Meu desafio foi mostrar que ferocidade e fragilidade podem habitar no mesmo corpo, e as mulheres não são meras espectadoras da guerra. Fazer esse papel foi entrar em contato com um lado visceral que eu nunca tinha explorado. No gênero do terror temos uma liberdade experimental que não temos nos gêneros mais comuns e fortes no Brasil, como o melodrama e a comédia. Sempre sonhei em fazer um terror, que é meu gênero favorito, e realmente são poucas as produções que ousam aqui no Brasil, então é um sonho realizado. Além de tudo, fico feliz de poder mostrar que o cinema brasileiro é diverso e potente. Os fãs do gênero não vão se decepcionar e quem ainda não conhece vai ter uma oportunidade de ver um novo cinema nacional. 

Você também está em “Homem de ouro”, que retrata a vida de um justiceiro carioca. O que pode contar de sua personagem e como foi sua preparação para esse trabalho biográfico que ainda não chegou aos cinemas?

A personagem Soninha é uma adolescente rebelde dos anos 60 que admira muito o tio Mariel (Renato Góes), mesmo sabendo que ele faz um trabalho ilícito e perigoso. A cumplicidade que eles têm é algo divertido e bonito de ver. Fui convidada pra fazer esse filme porque o Mauro (Mauro Lima Pavlov) achou que personagem e eu tínhamos energias parecidas, de revolta, justiça. Ele conhecia meu trabalho autoral na internet com minhas personagens políticas e realmente foi uma personagem boa de fazer porque pude colocar coisas que já eram familiares a mim.

Você está em cartaz no Rio com a peça “TOC TOC”, que já é sucesso há muitos anos pelo país. Como é fazer um espetáculo de humor? Pensa em investir mais nessa vertente?

O sucesso da peça se deve a ser uma comédia muito identificável. Num momento está latente discutir saúde mental, poder refletir sobre as coisas com humor torna tudo muito potente, acredito muito nisso, no humor como ferramenta de transformação e reflexão. É uma honra dividir o palco com um elenco tão talentoso. Daniel Dantas, Iara Jamra, Sara Freitas, Miguel Menezes e Claudia Ohana me ensinaram muito. Agora estamos nos encaminhando para o segundo ano de temporada e vamos estar no Rio de Janeiro no Teatro dos Quatro (Gávea, zona sul da capital). Ano que vem estarei nos palcos me dedicando ao humor novamente, mas numa peça original que vai tratar da crise millennial. Não vejo a hora! Eu não abro mão de estar criando e propondo novos projetos constantemente. Nada de ficar sentada esperando as coisas acontecerem.

Em 2026, você vai fazer 10 anos de carreira. Como foi essa década dedicada às artes? E quais os próximos projetos

Muito trabalho e ainda é só o começo. Foram anos de descobertas, tentativas, e de “se virar nos 30”. Nada saiu como planejado, minha cabeça mudou muito ao longo desses anos, e espero que mude cada vez mais, mas espero não perder o ímpeto de estar sempre produzindo o que gosto e quero falar.