O hacker que clonou o celular da primeira-dama Marcela Temer e chantageou sua família foi condenado, em primeira instância, a cinco anos, 10 meses e 25 dias de prisão em regime fechado e uma multa. Ainda cabe recurso. Silvonei José de Jesus Souza, de 35 anos, foi condenado pelos crimes de estelionato e extorsão. Ele cumprirá a pena em Tremembé, no interior de São Paulo.
O advogado de Silvonei, Valter Bettencort Albuquerque, criticou a sentença, alegando que seu cliente é réu primário e de baixa periculosidade, e, portanto, seria desproporcional a pena de cinco anos em regime fechado. O réu está preso desde maio e teve sua prisão preventiva mantida pela juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 30ª Vara Criminal.
O processo segue em segredo de Justiça e a sentença substituiu os nomes das vítimas por codinomes. Após clonar o celular de Marcela, Silvonei pediu R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios. “O indiciado lhe enviou uma mensagem de voz, entre ela e seu irmão, sobre coisas corriqueiras da cidade, dizendo-lhe o indiciado que ‘queria ganhar algum’ e que tinha pessoas interessadas em comprá-las, e com intuito de obter, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica”, diz o início do documento.
A sentença ocorreu apenas seis meses após a abertura do inquérito, quando, em média, um processo na Justiça comum leva 4,4 anos para ser finalizado e 4,5 anos nos juizados especiais, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).