O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde o final de fevereiro onde tem buscado apoio do governo do presidente Donald Trump para pressionar as autoridades brasileiras em prol do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que enfrenta processos na Justiça brasileira. Na abertura da reunião ministerial desta terça-feira, 26, o petista afirmou que o parlamentar “já devia ter sido expulso da Câmara dos Deputados”.
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“O que está acontecendo hoje no Brasil, com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos Estados Unidos, é, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus. Não existe nada que possa ser mais grave do que uma família inteira ter um filho custeado pela família, um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados, insuflando com mentiras e com hipocrisias, um outro Estado contra o Estado nacional do Brasil”, afirmou Lula.
Indiciado pela Polícia Federal por obstrução de Justiça no inquérito que apura um suposto plano de golpe de Estado, Eduardo Bolsonaro é apontado como articulador das medidas americanas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela imposição pelos EUA da tarifa de 50% sobre as importações brasileiras.
“Ele está adotando os Estados Unidos como pátria, negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro. Isso não é aceitável”, declarou Lula.
Articulação por sanções
A Polícia Federal apontou em seu relatório final divulgado na sexta-feira, 22, que a ida de Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos teve como objetivo articular medidas contra o STF e pressionar pelo afrouxamento do processo contra Bolsonaro e seus principais aliados.
Uma das medidas tomadas foi a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar em 50% produtos brasileiros. A PF entende que Eduardo teve participação na decisão.
Outra medida tomada pelo governo dos EUA é a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Na ocasião, a Casa Branca afirmou que Moraes atenta contra a democracia brasileira e que pratica uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.