Mesmo em um momento político tão caótico, não é tarefa das mais difíceis entender o relevante nível de rejeição alcançado pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos anos. Descortinada a sua estratégia primordial — o aperfeiçoamento da corrupção em seu favor para manipular a democracia —, poucos ainda se deixam seduzir pela retórica petista.

Dito isso, já está na hora de o País cortar laços com quem também colaborou para uma crise sem paralelos. E não apenas via desfaçatez e corrupção, modalidades estas virtualmente presentes no modus operandi de quase todos os nossos partidos políticos, mas principalmente graças a sua covardia e absoluta desconexão com o cidadão brasileiro. Falo, obviamente, do PSDB.

Como se não bastasse uma dificuldade encruada na alma para se posicionar sobre qualquer assunto — basta ver como tergiversam para rejeitar Aécio Neves, postura que sempre recriminaram em outros partidos —, é inaceitável a decisão de permanecer no governo Temer. Decisão estrategicamente incompreensível, uma vez que se contaminam ao endossar um mandato corrupto e impopular, mas, acima de tudo, inaceitável.

Ironia das ironias, coube ao próprio Lula e sua turma a fineza de ungir os tucanos. Tão avesso à política quanto ao radicalismo emanado pelas bandeiras vermelhas, quem não se deixou cooptar pelo populismo naturalmente passou a enxergar no PSDB a única alternativa viável, uma vez que o PMDB decidiu-se pelo papel de eterna base aliada.

Entretanto, noves fora a inegável contribuição do governo FHC para organizar a economia, tal rivalidade apenas serviu para embaçar a visão do eleitor e retroalimentar a popularidade de ambos os partidos. Exatamente como acontece hoje, diga-se, entre a Rede Sustentabilidade, o PSOL e Jair Bolsonaro.

Pelo menos em termos práticos, é claro que fica impossível superar o desserviço prestado ao País pelo PT, porém, este teve a subserviência tucana como fiadora. Na verdade, sempre que se abriu uma oportunidade para confrontar o petismo com firmeza, e o episódio do mensalão é apenas o exemplo mais eloquente disso, o Brasil nunca pôde contar com o Partido da Social Democracia. Os caciques do partido falam em “estabilidade nacional” para justificar suas últimas medidas, mas já está na hora de serem retribuídos com desdém pelo eleitor.

Em termos práticos, fica impossível superar o desserviço prestado ao País pelo PT, porém este teve a subserviência tucana como fiadora