O salmão do Atlântico, a tartaruga-verde, o órix do Saara… a lista vermelha de espécies ameaçadas, atualizada nesta segunda-feira (11), destaca o impacto do aquecimento global na biodiversidade, mas também mostra os resultados dos esforços para protegê-la.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) divulgou durante a COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o novo relatório sobre o estado de preservação global de espécies vegetais e animais.

Esta lista vermelha, que mede o risco de extinção de animais, avalia 157.190 espécies, 44.016 das quais estão ameaçadas de extinção a nível global.

O salmão do Atlântico sofreu uma diminuição de 23% entre 2006 e 2020, subindo na lista de “menos preocupante” para “quase ameaçado”. A redução de sua população está associada à crescente escassez de suas presas como consequência da mudança climática e do impacto das atividades humanas.

Na nova lista, as tartarugas-verdes do Pacífico Sul central e do Pacífico Oriental estão classificadas como “ameaçadas” e “vulneráveis”, respectivamente, também afetadas pelos efeitos do aquecimento global ou pelas capturas acidentais durante a pesca.

Em relação às plantas, o mogno-da-folha-grande – usado na fabricação de móveis, objetos decorativos ou instrumentos – passou de “vulnerável” a “ameaçado de extinção”.

Sua população na América Central e na América Latina reduziu pelo menos 60% nos últimos 180 anos, informou a IUCN, como consequência de métodos agrícolas não sustentáveis, do crescimento urbano e da expansão das terras cultiváveis, que reduzem as florestas tropicais.

Por outro lado, a situação de duas espécies de antílopes apresentou uma melhora nesta atualização.

Graças aos esforços de preservação realizados diante de sua reintrodução no Chade, o órix do Saara agora é considerado “ameaçado”, após ter sido classificado como “em extinção” no final dos anos 1990. A IUCN acrescentou que sua sobrevivência “depende de uma proteção contínua contra a caça furtiva”.

A espécie saiga, presente sobretudo no Cazaquistão, já não está mais “criticamente ameaçada”, mas sim “quase ameaçada”. Sua população aumentou 1.100% entre 2015 e 2022 neste país asiático.

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN também completa o primeiro estudo mundial sobre o estado de peixes de água doce, que mostra que 25% das espécies avaliadas estão agora em risco de extinção.

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