A inflação sob controle e a comunicação recente do Banco Central (BC) sugerem que há condições para que a taxa Selic caia a 6,5% ao ano no fim do ciclo de baixa, e não mais a 7,0% a.a., como previsto antes pelo Itaú Unibanco. A instituição avalia que as expectativas inflacionárias favoráveis citadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), relativo a setembro, sugerem que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vê espaço para a Selic cair mais. No RTI, menciona, as projeções para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão abaixo da meta tanto para 2018 (4,5%) quanto para 2019 (4,25%).

O Itaú Unibanco também alterou para baixo as projeções para o IPCA deste e do ano seguinte. Para 2017, a estimativa passou de 3,2% para 3,0% e, para 2018, saiu de 4,0% para 3,8%. Em relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, cita que essa taxa de 3,8% indica que a estimativa do BC pode ceder mais, reforçando a implementação de algum estímulo monetário adicional.

O banco estima corte de 0,75 ponto porcentual na Selic em outubro; de 0,50 ponto em dezembro e outra redução de 0,50 ponto na reunião do Copom de fevereiro, com a taxa atingindo nível final de 6,5% anuais.

Itaú menciona ainda que o BC tem comunicado que a política monetária está atualmente estimulando a atividade econômica, com taxa de juros abaixo do nível estrutural. A taxa de juros real ex-ante (juro nominal de um ano menos a expectativa de inflação um ano à frente) está hoje próxima a 3%, nível considerado pelo BC como abaixo do nível estrutural. “Para que a taxa de juros permaneça nesses níveis no longo prazo, é preciso que a taxa estrutural também continue recuando. Isso apenas ocorrerá se a agenda de reformas, principalmente as de natureza fiscal em particular a da Previdência, continuar avançando.”

IPCA

De acordo com o Itaú Unibanco, a diminuição na expectativa para IPCA deste ano para 3,0% ocorreu em razão da redução nas projeções para a variação de Alimentação e dos serviços. Esse movimento, escreve, deve mais do que compensar o aumento na estimativa para a alta dos preços administrados. No acumulado dos últimos 12 meses, o banco prevê que a inflação oficial atinja 2,5% em setembro, subindo gradualmente para 2,7% em outubro e 2,8% em novembro.

Já a redução na projeção para IPCA em 2018 para 3,8% deve-se, conforme o banco, à menor inércia inflacionária e à melhora nas expectativas inflacionárias.