Itaú: inadimplência acima de 90 dias fica estável em 3,1% no 1º tri ante 4º tri

O índice de inadimplência do Itaú Unibanco, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou estável em 3,1% ao final de março, mesmo indicador visto em dezembro. Ante igual período de 2017, foi vista melhora de 0,3 ponto porcentual, uma vez que o indicador estava em 3,4%.

Enquanto na operação brasileira os calotes permaneceram estáveis no primeiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores, na América Latina foi identificada piora de 0,1 p.p. No cenário doméstico, conforme explica o banco em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras, tal resultado foi possível graças às reduções em pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas.

A inadimplência da pessoa física, considerando atrasos acima de 90 dias, foi a 4,6% em março, contra 4,9% em dezembro. Na micro, pequena e média empresa, o indicador foi a 4,3%, ante 4,5%. Enquanto isso, na grande empresa, o índice de calote piorou de 1,0% ao final de dezembro para 1,8% ao término de março.

O banco destaca, porém, que o melhor desempenho desses dois públicos foi compensado pelo aumento em grandes empresas, devido à exposição a um cliente específico, que no trimestre anterior estava em atraso entre 15 e 90 dias e que já estava adequadamente provisionado.

“Na América Latina, o aumento no trimestre ocorreu principalmente na carteira comercial no Chile e de pessoas físicas na Colômbia”, acrescenta o Itaú.

A inadimplência de curto prazo do banco, que contempla operações em atraso de 15 a 90 dias, permaneceu estável a 2,7% ao final do primeiro trimestre ante os três meses anteriores. Também neste caso, houve melhora da operação Brasil e piora da carteira América Latina.

Provisões

As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Itaú totalizaram R$ 4,111 bilhões de janeiro a março, queda de 8,3% ante os três meses anteriores, de R$ 4,483 bilhões. Em um ano, quando esses gastos estavam em R$ 5,392 bilhões, a queda chegou a 23,8%.

Considerando a recuperação de créditos baixados como prejuízo, o resultado de créditos de liquidação duvidosa somou R$ 3,316 bilhões no primeiro trimestre, redução de 8,9% no comparativo trimestral e de 27,0% em um ano.

Já o saldo de PDDs do Itaú atingiu R$ 36,661 bilhões de janeiro a março, queda de 1,74% ante os três meses anteriores, quando era de R$ 37,309 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 37,640 bilhões, a redução foi de quase R$ 1 bilhão.

Por fim, o custo de crédito do banco foi a R$ 3,788 bilhões no primeiro trimestre, retração de 11,0% ante o trimestre anterior, quando marcou R$ 4,257 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 5,281 bilhões, a redução chegou a 28,3%.

“Na comparação com o trimestre anterior, a redução do custo do crédito foi devido à redução de R$ 372 milhões da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, principalmente no banco de varejo no Brasil, em linha com a tendência de melhora da inadimplência observada no segmento, e na América Latina, devido à constituição de provisão pela exposição a grandes empresas no Chile ocorrida no trimestre anterior”, explicou o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras. O banco acrescentou que houve redução de R$ 92 milhões de impairment de títulos privados no segmento do atacado.

Índice de Basileia

O índice de Basileia do Itaú Unibanco, que mede quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, encerrou março em 16,6%, recuo de 2,2 pontos porcentuais ante o término de dezembro, quando estava em 18,8%. Em um ano, também foi vista queda, uma vez que o indicador era de 18,1%. Neste caso, quanto maior o índice, melhor.

O Itaú explica, no relatório, que a queda do indicador no comparativo trimestral reflete, principalmente, o efeito do pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio referente aos resultados de 2017.

O índice de Capital Principal do banco, ou seja, próprio dos acionistas, foi a 14,5% no primeiro trimestre, ante 16,2% nos últimos três meses do ano passado indicador considera o impacto de 0,6% de emissão do capital adicional nível I feita pelo banco e aprovada pelo Banco Central em 18 de abril.

Se o Itaú aplicasse de imediato e integralmente as regras de Basileia III e considerasse o impacto do investimento na XP, seu índice de capital principal seria de 13,6%.

Margem Financeira

A margem financeira gerencial do Itaú Unibanco totalizou R$ 16,999 bilhões no primeiro trimestre, cifra 2,4% menor que a vista um ano antes, de R$ 17,415 bilhões. Ante os três meses imediatamente anteriores, quando atingiu R$ 16,941 bilhões, foi registrado incremento de 0,3%.

Da cifra total, a margem financeira com clientes, que reflete as operações de crédito do banco, respondeu por R$ 15,261 bilhões de janeiro a março, queda de 1,6% ante os três meses anteriores e de 1,8% em um ano.

“A redução da margem financeira com clientes no trimestre foi principalmente devido ao efeito negativo da menor quantidade de dias corridos no trimestre”, justifica o banco, no relatório.

O Itaú destaca ainda, no documento, “que o efeito negativo da queda do CDI em nossa margem de passivos e capital de giro próprio, além da redução dos spreads, foram compensados pelo efeito positivo do mix de produtos”.

Já a margem financeira com o mercado, que compreende basicamente as operações de tesouraria do banco, somou R$ 1,738 bilhão no primeiro trimestre, aumento de 20,9% ante o quarto trimestre e queda de 7,0% no comparativo anual.

“O crescimento na margem financeira com o mercado no trimestre ocorreu principalmente em nossa carteira trading, beneficiada pela volatilidade no período, e pelo ganho de R$ 90 milhões com a venda de ações da B3”, justifica a instituição.