Espaço é uma das maiores galeria de arte urbana do Brasil e em metros é quatro vezes maior que o Beco do Batman na capital
Nesta segunda-feira (24), a Prefeitura continua com os trabalhos da nova West Side Gallery, situada no coração da cidade, no Corredor Oeste, sob a curadoria do artista Sipros. Com 630 metros lineares e 3.784 metros quadrados, essa galeria urbana é uma das maiores do Brasil, quase quatro vezes maior que o famoso Beco do Batman, na Vila Madalena, em São Paulo.

O espaço contará com obras de artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, como Crânio, Binho, Cripta Djan, Mari Monteiro, Onesto e Tuka, que estão empenhados em seus trabalhos desde a semana passada. Ao todo, 25 artistas foram convidados para pintar a galeria, incluindo 13 moradores do município. Entre os grafiteiros, o gaúcho Tio Trampo foi convidado para trazer uma mensagem de apoio ao povo gaúcho afetado pelas enchentes. Artistas internacionais como Koka (México) e Rosk (Itália) também participam do projeto.

A inauguração do novo espaço será no dia 29 de junho, a partir das 10h, no Corredor Oeste (Avenida Feres Nacif Chaluppe) com a finalização dos trabalhos. O evento contará com o 2º Trap Fest Itapevi 2024, diversas atividades para crianças e uma praça de alimentação com food trucks.

Irão se apresentar os artistas de trap: All Prata, 19 Priv, F*land, Lud1, Mano Alex, Nicolazx, Real Mathe, Cedega Records, Buthi, Dj Mc, Luluhzão, RCP, Hounds Label, Iambarreto, Sagal, SSNTSX, Saéd, Lux, Kay2k, Soliboy, Reis e Duneves.

“A arte urbana é importante para o cidadão, traz beleza e melhora o visual da nossa cidade, proporcionando mais dignidade e opções de lazer para a população”, destacou o prefeito Igor Soares (Podemos).

Revitalização do Espaço

A revitalização acontece cinco anos após a entrega da primeira West Side Gallery, ocorrida em agosto de 2019. Anteriormente, a área era deteriorada. A iniciativa tem custo zero para a Prefeitura, sendo a empresa Menumídia a vencedora do chamamento público, oferecendo suporte aos grafites.

Os artistas Apuros, Área Brasil, Área Perna, Binho, Brisados, Crânio, Cripta Djan, Goy, Koka, Mari Monteiro, Mazé, Obarbosa, Onesto, Oxil, Projeto Grafitar, Rosk, Serjão Santa Tinta, Sipros, Snak12, Spice Cris, Tchonys Gueto, Godoy, Tio Trampo, Tioch e Tuka dedicarão semanas aos seus desenhos. No total, 25 artistas convidados pintam a galeria, dos quais 13 são moradores do município.

Inspiração

A inspiração para a West Side Gallery veio da capital da Alemanha, Berlim, onde a East Side Gallery revitalizou uma área deteriorada, transformando-se em um ponto turístico icônico.

Artistas

Apuros, que tem 18 anos de envolvimento no mundo do grafite, iniciou sua jornada na arte do Bomb e hoje se destaca pelo Piece e Wild Style.
Área Brasil, desde 2003 faz parte do coletivo Círculo Forte, com participação na exposição “Na Luta na Lata” no Museu Nacional da República, no DF.
Área Perna, de Itapevi, iniciou no movimento de rua em 2001, realizando trabalhos pintando escadões e participando da Semana do Hip Hop.
Binho, um dos pioneiros do street art no Brasil e América Latina desde 1984, tem obras em cidades como San Thiago, Buenos Aires, Nagoya, Tókyo, Osaka, Paris, Los Angeles, Miami, NYC, Quito, Hong Kong, Beijing, Amsterdan, Berlin, Accra, Tunisia, entre outros locais.
Brisados Wile, que começou em 2001 e faz parte da família Brisados fundada em 1998, inicialmente focou-se na pichação e hoje é artista de rua e letrista.
Crânio, um artista visual do bairro do Tucuruvi, na capital, é conhecido por seus indígenas azuis. Seus trabalhos, que misturam homenagem festiva e denúncia ácida, estão expostos ao redor do mundo e em várias exposições no Brasil.
Cripta Djan cresceu em Itapevi e se tornou artista de rua ao longo da vida, após ter conhecido o pixo aos 12 anos de idade. Para o artista, o pixo é uma forma de posicionamento político e de reivindicar as ruas da cidade.
Goy, uma artista visual autodidata e produtor cultural do bairro da Mooca, começou sua jornada no grafite em 2008. Suas obras apresentam uma estética poética, dividida entre o abstrato e o figurativo, com uso de cores saturadas e traços fortes.
Koka, da Cidade do México, especializou-se em aerografia e pinturas em aerossol de grande formato. Tem a proposta de recuperar espaços urbanos, já participou de diversos concursos e exposições no México e em outros países.
Leon, da Zona Norte de São Paulo, iniciou no grafite em 1998. Formado em Artes Visuais, participou de projetos como o Museu Aberto de Arte Urbana e o Projeto Graffiti 23 de Maio. É influenciado pelo estilo Throw-Up.
Godoy, Emerson, 39 anos, está na cena do grafite desde 2008, assinando pelo codinome “Godoy”. É artista residente de Itapevi, morador da Cohab, extremo da Zona Oeste.
Mari Monteiro, de Bauru, no interior de São Paulo, é uma artista LGBTQIA+ e educadora que encontrou no grafite sua expressão desde 2015. Sua arte explora formas abstratas e cores vibrantes, ressignificando letras e palavras.
Maze, de Itapevi, iniciou no grafite em 1999. Seu estilo é composto pelo wild style, com letras coloridas, e pelo figurativo, com personagens de desenhos animados e customização de peças.
OBarbosa, com cerca de 16 anos na cena do grafite, é conhecido por seus personagens icônicos com expressões marcantes e cores vibrantes. Participou de diversos eventos.
Onesto, da Freguesia do Ó em SP, é pintor, escultor e multimídia. Utiliza materiais descartados em suas “interferências artísticas” em espaços abandonados, buscando requalificar esses locais.
Oxil, de Itaquera – SP, começou no grafite aos 13 anos e hoje é reconhecido na cena do grafite. Participou do Meeting of Style, no Peru, e da criação do maior mural da América Latina (Mural da 23 de Maio).
Projeto Grafitar, um coletivo de arte urbana voltado para mulheres em Itapevi, oferece oficinas, workshops, festivais e ações sociais, promove a inclusão das artistas no mercado da arte e movimenta a economia criativa.
Rosk, de Sicília – Itália, é conhecido por seu estilo hiper-realista e onírico, com obras espalhadas pelo mundo. Trabalhou em projetos artísticos para marcas internacionais e realizou intervenções urbanas para requalificação de espaços.
Serjão Santa Tinta, que começou na década de 1980 com silk screen, tornou-se tatuador e grafiteiro. Fundou o Santa Tinta Ateliê em Itapevi em 2011, influenciando novos artistas na cidade.
Sipros é nascido em Itapevi e começou no mundo do grafite em 1997. Seus personagens de orelhas grandes, chamados de ‘Big Ears’. Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior como Estados Unidos, Peru, Equador, Colômbia, Itália, Países Baixos e China.
Snak13, grafiteiro e designer gráfico, iniciou no grafite em 1998 e participou de grandes eventos como Meeting of Style Brasil e 100 anos da Imigração Japonesa. Seu estilo é voltado para o Cartoon e Ilustrações Digitais.
Spice Cris, que teve seu primeiro contato com o movimento de rua em 2001 em Itapevi, explora as cores e criatividade com um toque feminino em suas letras. Outro artista da cidade de Itapevi é Tchonys Gueto.
Tio Trampo, de Porto Alegre – RS, é conhecido por seu trabalho social, participando como voluntário em oficinas para crianças e adolescentes em comunidades, além de transmitir conhecimento em universidades e workshops.
Tioch, da Brasilândia – SP, é escritor de rua desde 2009 e transmite seu conhecimento adquirido nas ruas através de oficinas e workshops. Sua arte reflete o sentido de ser criança, com traços característicos de quadrinhos.
Tuka é pioneira na arte urbana, começou com o grafite em 2005. Estudou Desenho Industrial (Design) e licenciatura em Artes Visuais, atualmente é arte educadora e orientadora em projetos sociais, oficinas e eventos culturais.