Itamaraty condena novos assentamentos israelenses e Lula volta a falar em genocídio

Governo brasileiro vê flagrante desrespeito ao direito internacional e afirma repudiar medidas unilaterais de Israel

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto 29/01/2025 REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar os ataques de Israel à Faixa de Gaza e chamou as ações de “genocídio”. A declaração tem referência a decisão do governo israelense que aprovou a criação de 22 novos assentamentos na Cisjordania.

Durante a convenção do PSB, partido de seu vice, Geraldo Alckmin, Lula afirmou que o povo judeu não quer a guerra. “Essa guerra, nem o povo judeu quer. Essa guerra é uma vingança e um governo contra a possibilidade da criação do estado Palestino, por detrás do massacre do Hamas”, afirmou Lula.

Essa não é a primeira vez que o petista critica as ações do governo israelense na Palestina. Desde o início do conflito, o chefe do Planalto tem reiterado a discrepância entre os ataques protagonizados pelo Hamas em relação ao de Israel.

Na última semana, por exemplo, Lula chamou de “vergonhoso e covarde” o ataque de Israel que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar. Durante sua visita a China, o petista voltou a chamar de “genocídio” os ataques isralenses na Faixa de Gaza.

O petista ainda leu uma nota emitida pelo Itamaraty em que repudia a criação dos assentamentos israelenses. Para o governo, há um flagrante desrespeito ao direito internacional.

“Essa decisão constitui flagrante ilegalidade perante o direito internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a contínua presença de Israel no território palestino ocupado e concluiu ter esse país a obrigação de cessar, imediatamente, quaisquer novas atividades em assentamentos e de evacuar todos os seus moradores daquele território”, afirmou o Itamaraty.

“O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”, completa.