Italianos criam ‘robô minhoca’ para exploração subterrânea

ROMA, 3 MAR (ANSA) – Um grupo de pesquisadores italianos criou um robô inspirado na estrutura anatômica das minhocas – macia, flexível e com a mesma forma de movimentação -, para a exploração de espaços subterrâneos, limitados e até de outros planetas.   

O protótipo, publicado na revista Scientific Reports, foi desenvolvido por cientistas do Instituto Italiano de Tecnologia (IIT) e representa o primeiro modelo de tecnologia inspirada na natureza desse tipo.   

Segundo a pesquisa, o mundo animal, e também o vegetal, oferece inúmeros exemplos de seres vivos que utilizam a flexibilidade de seu corpo e a capacidade de gerar ondas ao longo dele para se movimentar e explorar o ambiente, como cobras, caramujos, lagartas e minhocas, mas também as raízes de algumas plantas.   

A partir desses exemplos, os pesquisadores coordenados pela italiana Barbara Mazzolai criaram um robô minhoca de 45 centímetros de comprimento e cerca de 600 gramas, que pode se mover a uma velocidade de 1,35 milímetros por segundo.   

O desenvolvimento do protótipo foi possível graças ao estudo dos mecanismos que orientam o movimento das minhocas na terra: elas rastejam, tanto na superfície quanto na superfície do solo, alternando a contração das camadas musculares, que geram ondas que se propagam ao longo o corpo.   

Este último consiste em vários segmentos individuais que o animal pode controlar de forma independente e localizada, permitindo assim diferentes movimentos.   

“Para demonstrar as capacidades de locomoção de robôs em ambientes como o habitat natural da minhoca, um entendimento completo e a aplicação de sua mecânica de locomoção são essenciais no desenvolvimento de um robô flexível”, afirmaram os pesquisadores.   

Os autores do estudo traduziram essas características em um robô, que é capaz de rastejar graças a um corpo artificial que pode ser alongado e encurtado quando o ar pressurizado passa por ele.   

Além disso, o movimento foi otimizado com a inserção de pequenas almofadas de material rugoso para gerar fricção, inspiradas nas cerdas presentes no corpo das minhocas. A invenção robótica conseguiu se locomover a uma velocidade de 1,35 mm/s, ou seja, a cada 10 segundos ele andou 1,35 centímetros. (ANSA).