BOGOTÁ E NÁPOLES, 17 JUL (ANSA) – O italiano Carmine Mario Paciolla, 33 anos, foi encontrado morto em sua residência em San Vicente del Caguán, na Colômbia, nesta quinta-feira (16), informou a polícia local para a ANSA.
Paciolla trabalhava para a Organização das Nações Unidas (ONU) no departamento de Caquetà desde 27 de dezembro de 2019. Antes de ir para a Colômbia, ele tinha morado também na Argentina, Jordânia e Índia, sempre em missões da entidade.
Segundo uma fala do comandante da polícia departamental, coronel Oscar Lamprea, foi aberta uma investigação sobre a morte. O oficial ainda apontou o suicídio como uma das causas, já que ele afirmou ter visto cortes nos pulsos de Paciolla.
No entanto, em entrevista nesta sexta-feira (17) ao jornal “Il Mattino”, a mãe do rapaz, Anna Motta, afirmou que é uma “ofensa” dizer que seu filho se suicidou porque ele, inclusive, tinha comprado passagem para voltar para a Itália no dia 20 de julho – mesmo com o lockdown imposto pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
“Já há um tempo, ele estava estranho e me dizia que tinha algo que não gostava no trabalho que estava fazendo e que queria voltar para Nápoles porque se sentia sujo. Em uma de suas últimas ligações, disse para mim que estava muito exposto e que ele tinha sido envolvido em uma palhaçada”, relatou Motta.
Em outra entrevista, dessa vez ao jornal “La Repubblica”, Motta e o pai do rapaz, Giuseppe Paciolla, afirmaram que o filho foi morto. “Eles o pegaram. Ele estava muito agitado e irritado nos últimos dias. Deve ter visto alguma coisa, durante o seu trabalho, que o colocou em perigo. Um jovem italiano não pode morrer assim.
Falamos com uma advogada da ONU e com o embaixador italiano em Bogotá e eles estão muito indignados, eu sei, mas nós queremos a verdade”, disseram ao jornal.
A “Radio Caracol” informou que Paciolla fazia parte da equipe da ONU que verificava o acordo de paz entre o antigo grupo Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do país nas áreas rurais e que seu corpo “tinha diversas lacerações”.
Já o portal “Noti Caguan Caquetá” informou que há alguns dias o italiano acompanhou uma visita do governador do estado, Arnulfo Gasca, e o prefeito de San Vicente, Julian Perdomo, em diferentes locais de diálogo com as comunidades rurais onde ajudavam o processo de paz.
A ONU local, por sua vez, emitiu um comunicado em que “lamenta profundamente” a morte do seu representante, enviando condolências à família, e que abriu uma investigação interna em colaboração com a Procuradoria para determinar o que aconteceu.
(ANSA)