SÃO PAULO, 27 ABR (ANSA) – A multinacional italiana de fios e cabos Prysmian pretende alcançar um crescimento de 5% a 10% em sua operação no Brasil em 2018, se aproveitando de alguns sinais de retomada na economia.   

Em encontro com jornalistas em São Paulo, o CEO da empresa na América Latina, Marcello Del Brenna, disse nesta quinta-feira (26) que essa recuperação não envolve todos os setores, mas que há um forte desenvolvimento nos segmentos de telecomunicações, energias renováveis e concessionárias de energia elétrica.   

Por outro lado, o setor de óleo e gás, afetado duramente pelos escândalos de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato, ainda está “sofrendo” e só deve se recuperar daqui “quatro ou cinco anos”.   

“Somando tudo, isso deve nos levar a um crescimento de 5% a 10% no Brasil”, declarou Del Brenna. Em 2017, a companhia teve receita de R$ 1,2 bilhão no país, sendo que 22% de sua produção foi para o mercado externo.   

Com base em Milão, a Prysmian está construindo uma nova sede brasileira na cidade de Sorocaba (SP), que também ganhará um “centro de excelência mundial” da empresa.   

A atual sede da companhia italiana no país fica em Santo André, mas a unidade será fechada, provavelmente em 2019. “Sorocaba será o centro de toda a nossa competência”, acrescentou o CEO para a América Latina.   

Os investimentos na cidade do interior paulista totalizam R$ 110 milhões, valor que sobe para R$ 150 milhões se somados aportes que estão sendo feitos nas unidades de Santa Catarina e na Argentina. “É um projeto ambicioso e que nasceu em um período de profunda crise no Brasil”, declarou Del Brenna.   

Em 2019, a Prysmian completará 90 anos de presença no Brasil, onde possui sete fábricas espalhadas por quatro estados, empregando 1,2 mil pessoas. No mundo todo, são 80 unidades em 50 nações, com 21 mil colaboradores.   

Um dos caminhos para fortalecer sua operação na América do Sul é a aquisição da norte-americana General Cable, anunciada em dezembro passado e que ainda depende da aprovação de órgãos antitruste. (ANSA)