ROMA, 20 SET (ANSA) – A italiana Loretana Puglisi, que vive na Sicília, experimentou, por seis meses, uma prótese para mão sensível ao toque e que reconhece objetos, semelhante ao natural, informaram pesquisadores nesta quinta-feira (20) na revista “Neuron.   

A “mão biônica” foi implantada no corpo dela em junho de 2017 no Policlínico Gemelli, de Roma, em cirurgia liderada pelo neurocirurgião Paolo Maria Rossini. A experiência durou seis meses, até dezembro do mesmo ano. “Eu senti uma sensação muito natural, que não tive por dois anos e meio”, disse à ANSA Puglisi, que perdeu a mão em um incidente no trabalho.   

O equipamento foi desenvolvido pelo grupo de Silvestre Micera, com especialistas da Escola Superior Sant’Anna e do Politécnico de Lausanne, na Suíça, além de pesquisadores da Universidade de Freiburg, na Alemanha.   

De acordo com o líder da missão, a prótese “atinge o sistema que registra os movimentos do músculos e os traduz como sinais elétricos, que serão transformados em comandos para as mãos”. “Ela é uma demonstração de como isso é possível para replicar a resposta natural de receptores sensíveis ao toque com um bom nível de fidelidade”, explicou Micera. Para Giacomo Valle, doutorando na Escola Sant’Anna, a equipe “não parte da mão robótica, mas da fonte de informações táteis, tentando reproduzir a dinâmica dos neurônios nos dedos com a maior precisão possível quando uma mão toca um objeto, de modo que transmitimos um sinal ao sistema nervoso do paciente, que foi imediatamente reconhecido como natural”.   

Segundo outro autor da pesquisa, Alberto Mazzoni, é desta “forma, que a mensagem que o cérebro recebe é muito natural e o paciente é capaz de realizar os movimentos mais rapidamente”.   

“O objetivo da equipe é tornar o dispositivo implantável para permitir o uso constante e diário”, acrescentou Mazzoni.   

Após a retirada da “mão biônica”, os especialistas analisaram as informações, enviadas a todo instante para uma mochila que Puglisi carregava, e têm agora a missão de “tornar a tecnologia acessível”.   

Em 2016, a italiana Almerina Mascarello, que mora no Vêneto, também fez o teste com sucesso do equipamento. (ANSA)