SÃO PAULO, 28 OUT (ANSA) – Pela primeira vez desde o início de maio, a Itália registra mais casos ativos do novo coronavírus do que pacientes curados.   

Os números divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério da Saúde confirmam o avanço da “segunda onda” da pandemia no país e levantam o temor de que a curva epidemiológica possa estar saindo do controle.   

De acordo com o boletim atualizado, a Itália contabiliza 276.457 pessoas atualmente infectadas pelo Sars-CoV-2 e 275.404 pacientes recuperados.   

Do total de casos ativos, 1.536 pacientes estão em UTIs, maior número desde 2 de maio; 14.981 estão em acompanhamento hospitalar; e 259.940 cumprem isolamento domiciliar.   

A Itália não tinha mais casos ativos do que pacientes curados desde 5 de maio, 13 dias antes do fim do lockdown que vigorou por mais de dois meses em todo o país.   

O boletim desta quarta-feira também contabiliza 589.766 diagnósticos positivos e 37.905 mortes desde o início da pandemia, após um acréscimo de 24.991 contágios e 201 óbitos em 24 horas.   

A tendência de alta na curva epidemiológica fez o primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciar novas medidas restritivas, como o fechamento de academias, piscinas, teatros e cinemas e a limitação do horário de funcionamento de bares e restaurantes.   

Outras regiões foram ainda mais longe e já decretaram toque de recolher noturno, como Lombardia, Lazio e Campânia. As restrições provocaram protestos violentos e até saques nas principais cidades do país, em manifestações encampadas por donos de restaurantes, grupos de extrema direita e até torcidas organizadas de clubes de futebol.   

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta, Conte afirmou que as medidas têm como objetivo evitar um “lockdown generalizado”, o que provocaria danos ainda maiores à economia nacional. (ANSA).